quarta-feira, 6 de setembro de 2017

209 – ESTUDOS de ARTE





Uma UNIVERSIDADE das ARTES para ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL no RIO GRANDE do SUL



Projeto do prédio da Universidade de Arte iniciado em 1947 por Fernando Corona (1896-1979)


Fig. 01 –   O projeto de um prédio para uma UNIVERSIDADE de ARTES em PORTO ALEGRE, iniciado de 1947, nunca  saiu do papel.. A passagem dos 70 anos completados em 2017do início deste projeto, possuem o seu lado positivo pois a sua concretização traria MAIS UMA REPARTIÇÂO PUBLICA ao modelo da “FÀBRICA-ESCOLA”. da ERA INDUSTRIAL em pleno apogeu nesta época. Porém a passagem do TEMPO e a visível falência da ERA INDUSTRIAL não obscurecem o seu PENSAMENTO FUNDANTE. Antes ao contrário. A ÈPOCA PÒS INDUSTRIAL deriva cada vez mais para os valores simbólicos da cultura e que possui na arte um profundo, rico e inesgotável campo de riquezas.





Esta postagem tenta agregar algumas razões para  responder a pergunta: 

¿- Por que o RIO GRANDE do SUL NECESSITA de uma UNIVERSIDADE das ARTES e de uma SECRETARIA das ARTES?



Quanto à  UNIVERSIDADE, para Max WEBER ela constitui uma das poucas criações originais do mundo Ocidental. Apesar da existência de Universidades no mundo islâmico, a partir do século IX[1], foi o mundo Ocidental foi a partir da Universidade de BOLONHA[2], criada no ano de 1.088, que modelou e sustentou o pensamento europeu. Na medida em que se formaram as pequenas republicas italiana e, depois, os sucessivos estados europeus, as grandes concepções destes sucessivos estados europeus foram modeladas na UNIVERSIDADE. Assim surgiram numerosas UNIVERSIDADES com a intervenção e patrocínio dos governos centrais estes Estados Nações. No Rio Grande do Sul e no Brasil não foi diferente. As concepções da UNIVERSIDADE, da FÁBRICA e do ESTADO, sob o impulso e suporte da ERA INDUSTRIAL geraram uma UNIVERSIDADE PROFISSIONALIZANTE para a linha de montagem da FÁBRICA, dos SERVIÇOS e da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL as concepções da UNIVERSIDADE, da FÁBRICA e do ESTADO estão migrando silenciosa e inexoravelmente para a obsolescência e sucateamento da ERA INDUSTRIAL. No lugar deste vazio existe a busca de algo criativo, novo e coerente para a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, os SERVIÇOS e a FÁBRICA. A ARTE sempre foi e continua sendo a resposta tanto no plano ideal e como concretamente nas sucessivas civilizações. O Estado do Rio Grande do Sul encontra resposta numa UNIVERSIDADE das ARTES e de uma SECRETARIA das ARTES adequada à sua ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, aos SERVIÇOS e Á FÁBRICA da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.





[1] Universidade de QUARAOUIYIE do Marrocos fundada, no ano de 859,  por FÁTIMA ALFHR https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_al_Quaraouiyine





Fig. 02 –   O modelo da “FÀBRICA-ESCOLA” da ERA INDUSTRIAL acumulou gente, recursos técnicos e conhecimentos para conduzir o processo ensino-aprendizagem numa calha unívoca e linear. .   Esta cena de auditório pode até crescer e se multiplicar na ÈPOCA PÒS-INDUSTRIAL. No entanto, no contraditório, o  processo ensino aprendizagem não necessita mais este acúmulo de conhecimentos cristalizados, recursos obsoletos e caros e de gente que necessita interromper qualquer outro projeto para estar presente no dia, hora e lugar que a “FABRICA ESCOLA da ERA INDUSTRIAL impõe a uma coletividade diversificada. A UNIVERSIDADE das ARTES permite esta flexibilidade de TEMPO, LUGAR e EQUIPAMENTOS numa orientação ao modelo do que as tradicionais UNIVERSIDADES vem experimentando no âmbito dos PÓS-GRADUAÇÔES STRICTO SENSO..

No argumento, a favor desta tese.  é inquestionável que a maioria dos ESTADOS NACIONAIS OCIDENTAIS instituíram, adotaram e se valeram da figura UNIVERSIDADE para cultivar consolidar e difundir os seus valores mais elevados. De outra parte os egressos das UNIVERSIDADES NACIONAIS e da INICIATIVA PRIVADA formaram os agentes burocráticos mais qualificados dos ESTADOS NACIONAIS OCIDENTAIS garantindo a IDENTIDADE e a REPRODUÇÃO, no TEMPO, dos valores fundantes destas NAÇÕES SOBERANAS. Após o colapso físico - de qualquer ESTADO NACIONAL - o que permaneceu. de mais nobre e universal, sempre foi a ARTE que cultivaram no seu TEMPO, seu LUGAR e sua SOCIEDADE. A ARTE, além de índice destes pontos elevados, evidencia os fracassos e a falta de um projeto que mantivessem vivas e ativas as suas manifestações superiores.

Fig. 03 –   O modelo da “FÀBRICA-ESCOLA” da ERA INDUSTRIAL transposto literal, linear  e univocamente  para o mundo da arte  também acumulou gente, recursos técnicos e conhecimentos.   No contraditório da imagem acima a  UNIVERSIDADE das ARTES permite flexibilidade de TEMPO, de LUGAR e de EQUIPAMENTOS PERSONALIZADOS  numa orientação ao modelo do que as tradicionais UNIVERSIDADES vem experimentando nos PROGRAMAS de PÓS-GRADUAÇÔES STRICTO SENSO. Como PROGRAMAS estão em permanente AVALIAÇÂO e no dia de amanhã podem ser desativados para MUDAR a favor outros PROGRAMAS MAIS COERENTES e PRODUTIVOS. .


São evidentes os ABALOS e a FALTA de CRENÇA nos fundamentos dos ESTADOS NACIONAIS OCIDENTAIS escancarados na transição da ERA INDUSTRIAL para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. A FALTA de CRENÇA e o ABALO, nestes FUNDAMENTOS, se expressa particularmente nas pessoas inclusive naquelas com formação em prestigiosas UNIVERSIDADES. O que aconteceu é que tanto estes AGENTES com o ACERVO das NAÇÕES foram gerados na UNIVERSIDADE SUBMETIDA as condições da ERA INDUSTRIAL. Passada esta etapa os VALORES, a IDENTIDADE a MENTALIDADE dos AGENTES modelados e firmados na UNIVERSIDADE ERA INDUSTRIAL tornaram-se obsoletos e disfuncionais[1]. Esta DESCRENÇA, ABALOS provocaram a obsolescência e tornaram disfuncionais as UNIVERSIDADES modeladas nos paradigmas da ERA INDUSTRIAL. Esta atomização é evidente nas migalhas das INSTITUIÇÔES SUPERIORES do Estado do Rio Grande do Sul. Na proposta da UNIVERSIDADE das ARTES busca-se juntar estes cacos e migalhas para reconstruir uma IDENTIDADE coerente, necessária e eficaz para a afirmação, reconhecimento coletivo e reprodução desta célula social, política e econômica do Rio Grande do Sul. No contraditório, muitas comunidades sul-rio-grandenses tiveram a fortuna de reunir as suas instituições regionais para constituir as suas próprias células universitárias. Aqui cabe a pergunta:


¿ - Por que isto não é possível para toda célula geográfica do Rio Grande do Sul, mesmo que seja só campo das forças das ARTES?

A resposta, a esta pergunta, depende do fato de o RIO GRANDE do SUL possuir um projeto coletivo de se manter unido e um contrato que perpassa a totalidade desta célula da FEDERAÇÃO dos ESTADOS BRASILEIROS



Fig. 04 –   A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL mostra cada vez mais a sua presença física no TEMPO atual, na PAISAGEM e modela a SOCIEDADE presente com seus AMBIENTES, TÈCNICAS e MODOS de VIDA.   O Museu do Amanhã de Santiago  Caladrava no Rio de Janeiro é um dos muitos índices físicos e materiais desta ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL  

Neste contexto introduz-se a concepção de uma UNIVERSIDADE das ARTES para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL[1] no RIO GRANDE do SUL.
As UNIVERSIDADES dos ESTADOS NACIONAIS OCIDENTAIS da ERA INDUSTRIAL  transformaram-se e funcionam ao modelo da fábrica. Fabrica na qual impera um SISTEMA ÚNICO e LINEAR de ENTRADA. DESENVOLVIMTO e SAÍDA. De outra parte esta “FABRICA ESCOLAR” transformou-se numa repartição burocrática que se reproduz a si mesma.

Fig. 05 –   A imagem  do acumulo de gente, de recursos técnicos e de conhecimentos ao modelo da “FÀBRICA-ESCOLA” da ERA INDUSTRIAL está expressa nos CAMPI UNIERSITÀRIOS deliberadamente retirados da malha urbana[1],.   Esta discriminação geográfica da vida urbana segue o modelo do PERIGO da POLUIÇÂO ECOLÒGICA que no caso dos CAMPI UNUVERSITÀRIO potencialmente pode perverter e contaminar as mentes dos cidadãos renitentes nos seus hábitos arcaicos.   

Esta reprodução é visível a meta principal, senão única, - a PROFISSIONALIZAÇÃO dos agentes egressos qualificados para criar e reproduzir outras “FÁBRICAS ESCOLAS” ao modelo da ERA INDUSTRIAL. Os campi universitários transformaram em acúmulo de agentes, de equipamentos e do consumo cada vez mais expressivo e voraz de capitais econômicos. Enquanto a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL remeteu para o passado e tornou obsoleta a FÁBRICA do SITEMA ÚNICO e LINEAR de ENTRADA. DESENVOLVIMENTO e SAÍDA, as UNIVERSIDADES dos ESTADOS NACIONAIS insistem neste passado obsoleto e disfuncional.


[1] PIMENTA, Aluisio. Universidade: a Destruição de uma Experiência Democrática.  Petrópolis : Vozes, 1984.  136p.


Fig. 06 –   A BAUHAUS foi uma experiência didática pedagógica que tentou superar, por dentro,  o modelo da “FÁBRICA-ESCOLA” da ERA INDUSTRIAL.   Antecipou os postulados e as concepções da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Contudo, no contraditório  pereceu sem contar com o  efetivo, massivo  e continuado apoio do ESTADO ALEMÃO, da SOCIEDADE ainda mergulhados no linear e cumulativo SISTEMA da FÀBRICA. Permaneceu o seu pensamento que germinou nos mais diversos ambientes mais elevados, porém fora e a revelia da UNIVERSIDADE comanda pela lógica da ERA INDUSTRIAL 

Assim parece caber à ARTE e a CRIATIDADE HUMANA propor uma UNIVERSADE COERENTE e FUNCIONANDO no âmbito da ÉPOCA- PÓS-INDUSTRIAL. Esta proposta preserva a formação dos agentes burocráticos mais qualificados dos ESTADOS NACIONAIS OCIDENTAIS garantindo a IDENTIDADE e a REPRODUÇÃO, no TEMPO, dos valores fundantes destas NAÇÕES SOBERANAS. Certamente esta formação é cumulativa e muito mais difícil do que aquelas da FÁBRICA obsoleta do SITEMA ÚNICO e LINEAR de ENTRADA da ERA INDUSTRIAL. Dificuldade que inicia com a falta de tradição. Ainda que não faltem experiências exitosas âmbito da ÉPOCA-PÓS-INDUSTRIAL, as UNIVERSIDADES re-tombam para a vala comum da sua tradição INDUSTRIAL quando procuram reproduzir algo que fuja da “FÁBRICA ESCOLA” do SISTEMA ÚNICO e LINEAR de ENTRADA, de DESENVOLVIMENTO e SAÍDA.


Fig. 07 –   Marcel DUCAMP (1887-1968) pode ser considerado um verdadeiro profeta  ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL tanto na ARTE como nas suas ações didáticas pedagógicas e sem um vinculo formal com o modelo da “FÁBRICA-ESCOLA” da ERA INDUSTRIAL   As suas instalações, performances e happenings  possuem uma sólida e universal concepção ancorados num pensamento lúcido e universal podendo swer replicados em qualquer TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE

Para quebrar esta tradição da “FÁBRICA ESCOLA” o primeiro passo é RECUPERAR a ESFERA SUPERIOR de uma UNIVERSIDADE. Esfera que foi baixada para o plano da relação ESTUDANTE – MESTRE numa sala de aula com TEMPO determinado de INÍCIO (vestibular), Desenvolvimento (currículo únicos e linear) e SAÌDA ( diploma). A recuperação e consolidação da “FÁBRICA ESCOLA”  foi legado conceitual da REVOLUÇÃO FRANCESA.



Esta “FÁBRICA ESCOLA”. aboliu a castigada UNIVERSIDADE MEDIEVAL e a substituiu pelo “INSTITUT de FRANCE[1]. Este era inicialmente destinada a preservar, incentivar e reproduzir os maias altos valores desta nação, sucumbiu e se transformou, em 1816, em  mais uma repartição burocrática. Uma parte desta experiência original da REVOLUÇÃO FRANCESA migrou para o Brasil com a Missão Artística Francesa comandada por  Joaquim Le Breton secretário perpétuo “INSTITUT de FRANCE”. Evidente que esta experiência da REVOLUÇÂO FRANCESA foi inteiramente soterrada na corte do Rio de Janeiro. Porém na sua origem o “INSTITUT de FRANCE” era composto de CINCO ACADEMIAS ao modo das atuais ACADEMIAS De LETRAS e sem  alunos e sem o aparato escolar. A prática da “Académie royale de peintures de de sculpture” do “Ancien Regime” reunia figuras destacadas, promover conferências para seus membros[2] e orientar os Salões de Artes. As ACADEMIAS, por sua vez. motivaram a criação, em 1816, das “ECOLES”. Estas “ECOLES”  com estudantes, professores e todo o aparato escolar destinavam-se à “FÁBRICA ESCOLA” e a sua reprodução na lógica da ERA INDUSTRIAL. Na França estas “ECOLES”  continuam a servir ao ESTADO NACIONAL da ERA INDUSTRIAL para a formação da elite administrativo do aparelho estatal, ficando a SORBONNE como alternativa para a população geral. Nas ARTES a FRANÇA manteve no interior do INSTITUT de FRANCE a ACADEMIE des BEAUX-ARTES[3] e fora dela, a ECOLE des BEAUX ARTS.


É necessário, a bem da verdade,  recuperar as concepções do ILUMINISMO e do ENCICLOPDISMO em relação UNIVERSIDADE EUROPEIA. Estes movimentos europeus colocaram, na ENCICLOPÉDIA e na UNIVERSIDADE, a ESTETICA e as PRATICAS das ARTES SUPERIORES - bem como aqueles dos OFICIOS já consagrados - para contornar a TEOLOGIA e as FORMAS RELIGIOSAS. Os extensos e minuciosos estudos, que Johannes Joachim WINCKELMANN (1717-1768) conduziu e registrou, constituem uma amostra deste ENCICLOPEDISMO voltado para a ARTE.  A ENCICLOPÉDIA e a UNIVERSIDADE retiraram os OFICIOS  do controle e dos segredos zelosamente guardados pelas GULDAS MEDIEVAIS. A UNIVERSIDADE OCIDENTAL muitas vezes foi confundida com as concepções e as práticas das GUILDAS MEDIEVAIS. A UNIVERSIDADE da “FÁBRICA ESCOLA”  da ERA INDUSTRIAL conseguiu dissimular mal as concepções e práticas  das GULDAS MEDIEVAIS visíveis ainda nos seus rituais de recepção e consagração acadêmica


Na concepção de uma UNIVERSIDADE das ARTES no RIO GRANDE do SUL a concepção criada pela REVOLUÇÂO FRANCESA pode retomar tanto a ideia de ser para todo o território como a manutenção da sua leveza administrativa. A experiência da REVOLUÇÃO UNIVERSIDADE de CÓRDOBA[4], de 1918, Também acabou sendo absorvida pela logica de uma ERA INDUSTRIAL sem que, no entanto, esta logica se materializasse num parque fabril expressivo e coerente com as propostas dos estudantes rebelados




[1] MONNIER, Gérard. L’art et ses institutions en France: de la Révolution à nos jours.   Paris: Gallimard-Folio-histoire,  1995.  462p

[2] MÉROT, Alain (edit.) Les conférences de l’Academie royale de peinture et esculpture  au XVIIe siècle. Paris : RNSBA, 1996. 533p.
[3] PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid :  Cátedra. 1982. 252p. – (edição brasileira - Academias de Arte: passado e presente. São Paulo, Companhia das Letras, 2005). 

[4] PORTANTIERO Juan Carlos(1934-2007).. Estudiantes y Política en América Latina: el proceso da  la Reforma Universitaria (1918-1938). México: Siglo Veintiuno,1978, 461 p.





Fig. 08 –   A célula geográfica do RIO GRANDE do SUL  possui aproximadamente 281 mil Km² de superfície. Assim este estado brasileiro atinge quase a totalidade o tamanho de um pais europeu como a Itália que possui  301 mil Km² de superfície.   A urgência de uma UNIVERSIDADES das ARTES da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL-  para a totalidade deste território - vai no sentido de manter uma identidade e uma coerência interna contra as fragmentações aceleradas que são impostas por pequenas UNIVERSIDADES que fatiam e dissolvem esta identidade e a cultivam aspectos e rumos particulares e sem abrangência necessária para este projeto destinado `a toda célula geográfica e administrativa. De outra parte a não existência de uma  UNIVERSIDADE das ARTES - para a totalidade destes estado-  priva estas mesmas  UNIVERSIDADES LOCAIS de possuírem um projeto coletivo no qual possam se referendar e remeter as suas ricas e únicas pesquisas, experiências e realizações nas manifestações das  “ARTES NOBRES” locais..

  O projeto original do INSTITUTO DE BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL[1] foi criado, em 1908, com esta perspectiva de reunir toda célula geográfica além de manter-se leve e distante de uma mera repartição burocrática. Inicialmente 64 municípios do estado concorreram para esta criação, além de a COMISSÃO CENTRAL ser honorífica e exercida por quem não dependia eventual e economicamente[2] desta repartição burocrática.  

O ambiente de uma autêntica UNIVERSIDADE são as “ARTES NOBRES[3] ou aquelas que não possuem aplicação imediata e unívoca na lógica cumulativa e patrimonialista da ERA INDUSTRIAL[4]. “ARTES NOBRES” que Nietzsche colocou (2000, p.134)[5]  no ESPAÇO SOBRE-HUMANO.A arte não pode ter sua missão na cultura e formação, mas seu fim deve ser alguém mais elevado que sobre passe a humanidade. Com isso deve satisfazer-se o artista. É o único inútil, no sentido mais temerário




[1] SIMON, Cirio  - Origens do Instituto de Artes da UFRGS: etapas entre 1908-1962 e contribuições nas constituição de expressões de autonomia dos sistema de artes visuais no Rio Grande do Sul Porto Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS, 2003—570 p..- versão 2012. em DVD

[2]  - O Estatuto do IBA-RS excluía da sua COMISSÂO CENTRAL da  mantenedora, quem recebe alguma retribuição econômica ou ocupasse algum cargo funcional remunerado. Esta  situação perdurou de 1908 até 1939 quando se dissolveu a COMISSÂO CENTRAL do IBA-RS e os professores assumiram os cargos administrativos burocráticos  remunerados. Dali em frente foi só um passo para se efetivar  funcionar a  REPARTIÇÂO BUROCRATICA ESTADUAL das ARTES. Com a federalização em 1962 o IBA-RS tronou-se uma das a  REPARTIÇÕES BUROCRATICA FEDERAIS das ARTES no RIO GRANDE do SUL

[3] Confira o conceito de “ARTES NOBRES” ou “NOBLES ARTES” na carta de Joaquin LE BRETON a DOM JOÃO VII CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA

[5] NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)  Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179.      
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LLOYD WRIGHT -  Escritório JOHNSON - 1936
Fig. 09 –   O  teórico norte-americano TAYLOR  da ERA INDUSTRIAL afirmou que  ele partiu  d o modelo da “FÁBRICA-ESCOLA” para transformar os seus ambientes, linhas de montagem e processos produtivos em lugares de aprendizagem e de formação.   Com a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL estes processos,  ambientes e linhas de montagem também se tornaram obsoletos. Porém o maior limitante e a causa desta rápida obsolescência  foi que a “FÁBRICA-ESCOLA”  derivou para TREINAMENTO para  PROFISSÕES OBSOLETAS num novo ambiente de trabalho que exige uma FORMAÇÂO permanente, criativa e competente para RUPTURAS EPISTÊMICAS continuadas e cumulativas. Uma eventual UNIVERSIDADE de ARTES pode contemplar FORMAÇÂO permanente, criativa e competente para RUPTURAS EPISTÊMICAS continuadas e cumulativas.  .

Isto coloca o ARTISTA NOBRE como PRÍNCIPE ou aquele que PRINCIPIA uma nova época, instaura outra mentalidade. PRÌNCIPE que desencadeia um processo civilizatório que atinge inteligências, vontades e sentimentos numa cadeia cultural no qual se reconhece uma ÈPOCA, uma SOCIEDADE e uma ECONOMIA simbólica e empírica. Recoloca os fundamentos a pedra de toque de uma autêntica UNIVERSIDADE
  O único elemento, entre todos os “autênticos” pontos de vista essenciais que elas (as universidades) podem, legitimamente, oferecer aos seus estudantes, para ajudá-los em seu caminho pela vida afora, é o hábito de assumir o dever da integridade intelectual; isso acarreta necessariamente uma inexorável lucidez a respeito de si mesmos.Max WEBER 1989: 70  [1]

Para que o artista adquira e exerça efetivamente esta “inexorável lucidez a respeito de si mesmo” ele é instado, por Marcel Duchamp, para se engajar numa autêntica UNIVERSIDADE. Neste ambiente “a liberação do artista possui como contrapartida natural algumas responsabilidades”. Estas responsabilidades não são nem passageiras e nem se reduzem a um manual canônico, perpétuo e estático.


[1] - WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo : Cortez, 1989.  152 p.


Fig. 10    As instalações, os “objetos encontrados”, as performances e happenings de Marcel DUCHAMP (1887-1968)  podem ser  replicados em qualquer TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE pois contam com  uma sólida e universal concepção ancorados num pensamento lúcido e universal. Questionado sobre a FORMAÇÂO do ARTISTA ele  antecipou  a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL nos valores simbólicos da cultura e que possui na arte um profundo, rico e inesgotável campo de riquezas da agir do artista. Em contrapartida Marcel  DUCHAMP, exigiu do artista - que deseja atingir este patamar de criatividade, - a frequência e a formação superior na UNIVERSIDADE[1]. Evidente não se trata de qualquer UNIVERSIDADE. Mas daquela UNIVERSIDADE des ARTES  que contempla a FORMAÇÂO permanente, criativa e competente para RUPTURAS EPISTÊMICAS continuadas e cumulativas - encontra na obra de ARTE  e na pessoa do artista  um amplo repertório nas propostas, realizações e socializações. 

Por esta razão uma proposta de uma UNIVERSIDADE das ARTES para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL no RIO GRANDE do SUL não pode ser um ambiente de uma “FABRICA ESCOLA”, se constituir em mais uma instância de uma repartição burocrática e ser reduzida a um LUGAR e a um TEMPO de pura iniciação e de treinamento.
O imenso e imponderável repertório de boas intenções expressas pela Constituição Estadual de 1989[2] remete toda a Arte para o domínio e administração da CULTURA:

Seção II, Da  Cultura. Art. 210 – O Estado estimulará a cultura em suas múltiplas manifestações, garantindo o pleno e efetivo exercício dos respectivos direitos, bem como o acesso a suas fontes em nível nacional e regional, apoiando e incentivando a produção, a valorização e a difusão das manifestações culturais.  Parágrafo único: É dever do estado, proteger e estimularas manifestações dos diferentes grupos étnicos formadores da sociedade rio-grandense.
Art. 221. Constituem direitos culturais garantidos pelo Estado: I – a liberdade de criação e expressão artísticas; II – o acesso à educação artística e no desenvolvimento da criatividade, principalmente nos estabelecimento de ensino, nas escolas de arte, nos centro culturais e espaços de associações de bairro; II o amplo aceso  a todas as formas de expressão cultural, das populares às eruditas e das regionais às universais; IV – o apoio e incentivo à produção, difusão e circulação dos bens culturais; V – o acesso ao patrimônio cultural do Estado, entendendo-se como talo patrimônio natural e bens de natureza material e imaterial portadores de referência de identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade rio-grandense, incluindo-se entre estes bens: a) as formas de expressão; b) os odos de fazer, criar e viver; c) as criações artísticas, científicas e tecnológicas; d) as obras, objetos, monumentos naturais e paisagem, documentos, edificações, e demais espaços públicos e privados destinadas às manifestações políticas, artísticas e culturais; e) os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, paleontológico, científico e ecológico (Redação dada pela Emenda Constitucional, nº 36, de 12.12.2003)
 

Esta imensa carta de intenções segue e se pauta no roteiro ECLÉTICO do Regime Militar que criou os monstruosos cursos superiores xifópagos e ineficazes para ARTE.  Nestas intenções tomaram forma, impulso e proliferaram  os CENTROS, os DEPARTAMENTTOS e FACULDADES de  LETRAS e de ARTES, de ARQUITETURA e ARTE na qual desaparece qualquer autonomia de ambas as partes. Este ECLETISMO era fustigado, em 1938, por Mário de Andrade que  o desescrevia [ 1955, fl. 13][1] como “acomodatício e máscara de todas as covardias”. ECLETISMO  que acomoda estes CENTROS, os DEPARTAMENTTOS e FACULDADES de  LETRAS e de ARTES, de ARQUITETURA e ARTE,  na prática, à instâncias burocráticas nas quais o que menos importa é o título ou seu  nome e nos quais sempre cabe mais um sócio de intenções duvidosas. Intenções duvidosas que geram  uma formação artística acrítica e reprodutora do já visto, cujos  resultados são pífios e lamentáveis apesar do imensos trabalhos, dos riscos e dos elevados investimentos materiais para uma economia precária. Instituições incapazes de reverter esta situação e assim possuem os seus dias contados mesmo em que pesem os investimentos, os riscos e dos esforços.  




[1] ANDRADE, Mário. Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo : Centro     de Estudos  Folclóricos, 1955. 119 f.

Contrapondo-se a este ecletismo - avassalador e estéril - encontra-se o projeto e a realização da UNIVERSIDADE das ARTES do Rio Grande do Sul. Apesar deste projeto não constar na CONSTITUIÇÂO ESTADUAL a sua necessidade, sua eficácia e sua continuidade estão subliminarmente presentes em tudo aquilo que concerne à ARTE do passado, presente e do futuro daquilo que consta nesta imensa carta de intenções e que necessitam de iniciativas para baixar ao mundo prático e empírico. Certamente quem iria lucrar seria a CULTURA. Com a CULTURA separada das ARTES pela UNIVERSIDADE das ARTES as manifestações culturais poderiam se  entregar soberanamente à sua teleologia imanente e dar corpo ao seu FAZER prático Enquanto a ARTE prosseguiria  nos seu AGIR expresso nas especulações estéticas, buscando a proximidade do  sobre-humano, do gratuito e do universal.


[1] O ARTISTA DEVE IR PARA UNIVERSIDADE – MARCEL DUCAMP citado in http://profciriosimon.blogspot.com.br/2010/10/isto-nao-e-arte-01.html

[3] ANDRADE, Mário. Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo : Centro     de Estudos  Folclóricos, 1955. 119 f.


Joseph BEUYS (1921-1986) - Fotograma de ação de 1986
Fig. 11 –   Joseph BEUYS foi uma das voes mais ativas para questionar e contronar o paradigma da “FÁBRICA-ESCOLA” da ERA INDUSTRIAL. As suas ações, obras e conceitos são coerentes com os pressuposto  da  ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL. A sua ÊNFASE na RESPONABILIDADE de CADA PESSOA seja responsável e responsabilizado pelas suas escolhas, perdas e conquistas não afasta a sua responsabilidade SOCIAL, ECONÔMICA e JURÌDICA

Quanto à SECRETARIA de ARTES deve ficar evidente, também, que a competência e as forças do CAMPO das ARTES estas  não dependem só da economia, dos esforços e dos riscos que correm. O seu núcleo e campo de forças é o seu PROJETO de AUTONOMIA. Projeto que confere COMPETÊNCIA e PRECEDÊNCIA para a ARTE  que determina os CONHECIMENTOS, as PRÀTICAS e os RESULTADOS visados. RESULTADOS, PRÁTICAS e CONHECIMENTOS provenientes das  concepções estéticas que se afastam de  instâncias comprometedoras e distantes de  campos  hegemônicos alheios às ARTES.  ARTE e UNIVERSIDADE não se reduzem ao mero gerenciamento” na expressão do prof. TOMAZ AROLDO da MOTA SANTOS,  reitor UFMG (1994-1998).
Assim uma SECRETARIA de ARTES possui gerenciamento, sim. No entanto este gerenciamento - exercido por outros campos de competência e forças - é pouco propício, não entende se não forem daninhos à teleologia interna das ARTES.


Fig. 12 –   A ênfase de Mário de ANDRADE na PESQIISA ESTÈTICA,

a par da ATUALIZAÇÂO da INTELIGÊNCIA e a FORMAÇÂO de uma CONSCIÊNCIA COLETIVA[1], antecipa a  ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL Na sua busca Mário de ANDRADE separa PESQUISA de ATUALIZAÇÂO da INTELIGÊNCIA ao mesmo tempo em que não afrouxa a responsabilidade moral, jurídica e econômica da CONSCIÊNCIA COLETIVA. Por estas e outras concepções o  projeto de Mário de ANDRADE a ARTE POSSU uma energia e competência únicas e incontornáveis para um paradigma de uma UNIVERSIDADE das ARTES da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. .




Não saíram do papel a UNIVERSIDADE das ARTES e o MINISTÉRIO das ARTES -  sustentadas por TASSO CORRÊA-  entre 1947 até 1958[2] - e antes das propostas Constituição de 1989 -. Estas propostas nasceram no âmbito do imenso repertório e da crescente proliferação de  instâncias burocráticas estimulados pelas propostas de um ESTADO NACIONAL CENTRALISTA fundado nos pressupostos da ERA INDUSTRIAL. No dia 30 de novembro de 1962[3] o Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul foi absorvido pelo ESTADO NACIONAL CENTRALISTA e remetido para as competências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No presente texto cabe apenas o registro e a possibilidade concreta de se constituir tão somente numa referência histórica. Esta instância esta seguindo e se restringe à pauta da FORMAÇÃO PROFISSIONAL SUPERIOR nas ARTES no âmbito da “FÁBRICA ESCOLA” do SISTEMA ÚNICO e LINEAR de ENTRADA. DESENVOLVIMENTO e SAÍDA.



[1] Uma AULA  de Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945)
[2] O PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA ASSUME as FUNÇÕES como CONSTRUTOR e PROPÕE A UNIVERSIDADE das ARTES e o MINISTÉRIO das ARTES

[3] Lei  Federal de nº 4.159 do dia 30.11.1962 que federaliza o Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul




Pintura de Olegário TRIUNFO (1934-2001)


Fig. 13 –   O ínsito, o que ainda é potencial na criatividade manifesta-se na totalidade do universo da ARTE. O ínsito da pessoa humana é muito anterior à ERA INDUSTRIAL. O potencial para manipular - de forma criativa é única - os estímulos sensoriais  está vigente em cada ser humano quando este nasce  busca o seu pertencimento à uma civilização e cultura.   A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL esta retomando este potencial humano. Para tanto necessita se desenvencilhar de armaduras, velhas capas culturais, quadros classificatórios obsoletos e dos alfinetes que necessitavam matar a sua vítima para espetá-la nestes quadros arbitrários, inúteis e obsoletos. Somente uma UNIVERSIDADE de ARTES – desvencilhada   destes quadros, alfinetes, capas e velhas couraças conceituais – é competente para contornar este imensioo acúmulo intelectual e estético








Os artigos 220 e 221 - da Constituição de 1989 do Rio Grande do Sul - possuem o mérito de elencar diversas motivações para a proposta da concepção e criação uma UNIVERSIDADE das ARTES para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL no RIO GRANDE do SUL UNIVERSIDADE das ARTES  que NASCE entre a necessidade da AUTONOMIA da ARTE e a necessidade de escapar da prisão interna de uma REPARTIÇÃO BUROCRÁTICA do SISTEMA da ERA INDUSTRIAL. O campo de sua atuação é o imenso e fértil espaço físico e simbólico das ARTES cultivadas no interior dos limites deste Estado da Nação Brasileira. Para a solução deste problema há necessidade de contemplar as competências e os limites já experimentados para as ARTES e para a UNIVERSIDADE no âmbito do regime republicano. As associações surgidas - pela força da Lei nº 173 de 10 de setembro de 1893[1] - foram absorvidas pelo centralismo totalitário nacional a partir da Revolução de 1930. Há necessidade do retorno ao PODER ORIGINÁRIO de uma NAÇÂO quando se esgotaram os fundamentos, os argumentos e as possibilidades populistas e  destes ESTADOS NACIONAIS OCIDENTAIS expressos e  evidentes nos ABALOS e a FALTA de CREDIBILIDADE PÚBLICA.






De outra parte uma CIVILIZAÇÂO e uma CULTURA dependem da força, flexibilidade e coerência das suas instituições. Porém quando estas instituições são meros manequins sem vida e alma quando elas excluem a voz e a vez do PODER ORIGINÁRIO.





[1] Texto da Lei nº 173 de 10.09.1893 que “Regula a organização das associações que se fundarem para fins religiosos, Moraes, científicos, artísticos, políticos ou de simples recreio, nos termos do art. 72, § 3º, da Constituição”



Atlas de Wenzel FOLBERG (... – 1915)  https://pt.wikipedia.org/wiki/Wenzel_Folberger





Fig. 14 –   A ERA INDUSTRIAL acumulou gente, recursos técnicos e conhecimentos. O modelo da “FÁBRICA-ESCOLA” foi transposto -  literal e univocamente  - para o mundo da UNIVERSIDADE que se caregga e tenta administrar CONHECIMENTOS, VONTADES e SENTIMENTOS de TODA a HUMANIDADE ao modelo do MITO do ATLAS carregando rtodo o PLANETA e também as ESTRELAS.  A UNIVERSIDADE da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL estimula, cada vez mais, os seus agentes “A SABER, ONDE ESTÀ ESTE SONHECIMENTO, VONTADE e SENTIMENTOS” para valer-se deles no ATACADO ou no VAREJA sem personalizar, carregar fisicamente ou ritualizar esta busca..



A coerência e a flexibilidade da proposta da criação de uma UNIVERSIDADE para as ARTES parte da soma de forças de uma MANTENEDORA comandada pelo seu CONSELHO. Este conselho escolhe, instaura e mantém uma reitoria legislativa, uma reitoria administrativa e jurídica. Esta manutenção seria por dois anos, prorrogável por dois anos. No quarto ano abrem-se inscrições para uma equipe das três reitorias. Caso seja eleita a equipe anterior, esta possui só um único ano de mandato, reabrindo-se a inscrições.
O CONSELHO da MANTENEDORA da UNIVERSIDADE da ARTE seria composto pelas presidências das instituições voltadas exclusivamente para as ARTES e ativas no RIO GRANDE do SUL. Uma das primeiras atividades - de uma futura  reitoria legislativa - seria a de propor e fazer aprovar uma regulamentação do CONSELHO da MANTENEDORA da UNIVERSIDADE da ARTE.
As verbas do erário público seriam decrescentes na medida em que se construírem  fontes permanentes resultantes de projetos economicamente viáveis implementadas pelas instituições voltadas exclusivamente para as ARTES. Para indicar, estimular e gerir estas verbas uma FUNDAÇÂO, sem fins lucrativos, estaria no âmbito da reitoria executiva e sob o estreito controle da reitoria jurídica. Na medida em que a UNIVERSUIDADE doas ARTES do RIO GRANDE do SUL não se constitui num corpo estatal,  ela pode constituir em um leque de mantenedoras de EMPRESAS com lucro e que tenham as ARTES como referência e fonte de retornos financeiros garantidos e regulares. Assim, neste leque,  está faltando no RIO GRANDE do SUL uma AUTÊNTICA empresa de COMUNICAÇÃO e MARKETING que tenha o objetivo de manter unido e identificado consigo a célula geográfica, econômica e jurídica do Estado. A somatória de novas ferramentas de COMUNICAÇÂO não só criariam uma sinergia e utilitária  interna,  mas extensivo a todas as instituições de ARTES ativas no Rio Grande do Sul.



No início este núcleo das três reitorias pode se situar e desenvolver no âmbito de uma das instituições voltadas exclusivamente para as ARTES ou então em locais dos quais a ERA INDUSTRIAL se RETIROU[1]. Não é possível saltar diretamente do PROJETO da UNIVERSIDADE das ARTES para a sua IMPLANTAÇÃO. O salto será fatal se não for respeitado, observado e avaliado o TEMPO da FASE DE IMPLEMENTAÇÃO ou da EXPERIMENTAÇÃO. É imenso o cemitério de instituições de âmbito universitário que pereceram neste salto temerário e direto do PROJETO e IMPLANTAÇÃO do que se considerava definitivo. Assim é preferível uma pequena semente para a qual sejam possíveis propiciar as condições de seu desenvolvimento.


Obra exposta na BIENALE de BERLIN   2016- - VISÂO das PROPRIAS COSTAS in  FRANKFURTER ALLGEMEINE
Fig. 15 –   Os agentes da ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL derivam a sua inteligência, o seu fazer prático e sentimentos cada vez mais para “ SABER, ONDE se encontra   o CONHECIMENTO, a VONTADE e SENTIMENTOS do artista criador. Seguem o caminho aberto por Masrcel DUCHAMP.  Artista criador, da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL,  pode  se valer, amplamente,  tanto o que é significativo da ERA INDUSTRIAL pode oferecer como daquilo que a NATUREZA, a ECOLOGIA nas mais avançadas tecnologias da informática da CORRIDA ESPACIAL como no  DOMÌNIO do CÒDIGO GENÈTICO.
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A nova LOGISTICA NUMÉRICA DIGITAL não constitui nenhuma panaceia. O ARQUIVO das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL pode estar DISPONIVEL ON- LINE e em permanente atualização tanto do passado como uma enciclopédia dos artistas ativos e produtivos. No entanto o BRASIL, e o RIO GRANDE do SUL por extensão, são meros usuários da INFORMÁTICA. No caso dos “MOTORES” estão sob o acúmulo e controle das nações hegemônicas. Assim uma pretendida UNIVERSIDADE de ARTE do RIO GRANDE do SUL - COERENTE e FUNCIONANDO no âmbito da ÉPOCA- PÓS-INDUSTRIAL - implicaria num PROJETO dimensionando “MOTORES” autônomos de pequenas dimensões iniciais. A vantagem da atualização da inteligência - nos problemas e potencialidades dos “MOTORES” instalados  e funcionando nas nações hegemônicas - permite elaborar um projeto flexível tendo sempre como horizonte o LIMITE GEOGRAFICO e as reais e objetivas as pesquisas das ARTES VISUAIS passadas e do presente.



Fig. 16 –   O Antônio GUTIERREZ (1934-2004) orientou,  a sua obra poética pictórica, para os temas dos imensos vazios que o espaços rurais que o interior do Rio Grande do Sul oferece com a crescente e massiva urbanização desta célula geográfica brasileiras  Os valores simbólicos da cultura da ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL possuem na arte um profundo, rico e inesgotável campo de riquezas. Porém GUTIERREZ  como artista erudito  conhece as técnicas pictóricas que favorecem , consolidam e consagram valores simbólicos da cultura da ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL. O tema, por si mesmo, jamais foi arte sem a intervenção segura, consequente e universal da criatura humana. Antônio GUTIEREZ auferiu estes hábitosm conhecimentos e práticas pela sua PASSAGEM pelo Instituto de artes do Rio Grande do Sul

 Na medida em que  ARTE representa o SOBRE-HUMANO ela  sempre pertenceu a ESPAÇO SIMBÓLICO de QUALQUER CIVILIZAÇÂO. Quando a CULTURA MATERIAL  está encaminhando a economia ao ESPAÇO SIMBÓLICO e adota um padrão NUMÈRICO DIGITAL UNIVERSAL (BITCOIN) na rede mundial e independente dos limites das competências dos ESTADOS NACIONAIS  abre-se um imenso espaço para a ARTE. A UNIVERSIDADE das ARTES ganha espaço, energia e competências ainda insuspeitas neste ESPAÇO SIMBÓLICO de uma CIVILIZAÇÂO planetária. No contraditório o regional, o local e o empírico é que constitui o LASTRO destes grandes conceitos, o ideal universal e deste SOBRE-HUMANO da ARTE.



GERRARD John -Reserva Solar Tonpa Nevada 2014 inauguração em NY em  03.10.2014.B  jpg

Fig. 17 –    As manifestações sensoriais da  ÉPOCA PÓS -INDUSTRIAL não são arte por si mesmas. Para a distinção, manipulação e divulgação tanto das pesquisas CIENTÌFICAS e ESTÈTCAS abre-se um espaço e um campo de investigações da UNIVERSIDADE das ARTES.  



Concebe-se e se propõe  uma UNIVERSIDADE de ARTES SEM ALUNOS. Estes estudantes, em formação, encontram-se eventualmente nos departamentos, núcleos associadas e em rede UNIVERSIDADE das ARTES. Neste aspecto esta projetada UNIVERSIDADE das ARTES segue a tendência da maioria das instituições da ÉPOCA PÓS_INDUSTRIAL que centralizam e fazem circular produtos físicos ou simbólicos sem serem donos ou proprietários deles[1].

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

MÉROT, Alain (edit.) Les conférences de l’Academie royale de peinture et esculpture  au XVIIe siècle. Paris : RNSBA, 1996. 533p.
MONNIER, Gérard. L’art et ses institutions en France: de la Révolution à nos jours.   Paris: Gallimard-Folio-histoire,  1995.  462 p

NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)  Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179

PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid :  Cátedra. 1982. 252p. – (edição brasileira - Academias de Arte: passado e presente. São Paulo, Companhia das Letras, 2005). 
PIMENTA, Aluisio. Universidade: a Destruição de uma Experiência Democrática.  Petrópolis : Vozes, 1984.  136p.
POPPER, Karl. A sociedade aberta e seus inimigos.(3ª ed.) Belo Horizonte: Itatiaia          1987 2v
PORTANTIERO Juan Carlos(1934-2007)[2].. Estudiantes y Política en América Latina: el proceso da  la Reforma Universitaria (1918-1938). México: Siglo Veintiuno,1978, 461 p.

WEBER, Max.  Sobre a universidade. São Paulo: Cortez, 1989.  152 p.

WINCKELMANN, Johannes Joachim (1717-1768).  Historia del Arte en la antigüedad. Con un estudio  crítico por J.W.Goethe. Introducción y  traducción del alemán por Manuel Tamayo Benito. Madrid : Aguilar, 1955.  1285p



FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

“ARTES NOBRES” ou “NOBLES ARTES” na carta do dia 16 de junho de 1816, de Joaquin LE BRETON a DOM JOÃO VII


O AQUI e o AGORA das obras das ARTES VISUAIS na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL na cultura do Rio Grande do Sul.




ARTE e LIBERDADE na ERA PÓS-INDUSTRIAL TRANSFORMAR a CONTRADIÇÃO em COMPLEMENTARIEDADE




ARTE PÙBLICA se APROPRIA de  LUGAR da ERA INDUSTRIAL FALIDA




Atlas de Wenzel FOLBERG (.?. – 1915) https://pt.wikipedia.org/wiki/Wenzel_Folberger



Constituição do Estado Do Rio Grande do Sul de 1989




A  ERA INDUSTRIAL. A FÀBRICA, o SISTEMA de ARTE  e o MEDIADOR de ARTE


A  ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL EMPRESAS VIRTUAIS  e o MEDIADOR de ARTE





O ARTISTA DEVE IR PARA UNIVERSIDADE – MARCEL DUCAMP citado in  




O TRIUNFO da sua VONTADE,Triumph des Willens”  O FILME do ano de  1934




Dúvidas entre FUNDARTE e UERGS




Lei  Federal de nº 4.159 do dia 30.11.1962 que federaliza o Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul,




ESCOLINHAS de ARTE do BRASIL




As distâncias entre o ARTISTA do INTERIOR e o da CAPITAL




MAR MUSEU de ARTE  do RIO de JANEIRO 




MUSEU do AMANHA de Santiago CALDARAVA Rio de Janeiro




O ENTE no SER ARTISTA.

“A liberação do artista possui como contrapartida natural algumas responsabilidades.”

Marcel Duchamp em 13 de maio de 1960, na Universidade de Hofstra -  USA




O PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA ASSUME as FUNÇÕES como CONSTRUTOR e PROPÕE A UNIVERSIDADE das ARTES e o MINISTÉRIO das ARTES




SIMON, Cirio  - Origens do Instituto de Artes da UFRGS: etapas entre 1908-1962 e contribuições nas constituição de expressões de autonomia dos sistema de artes visuais no Rio Grande do Sul Porto Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS, 2003—570 p..- versão 2012. em DVD Disponível digitalmente:  http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1




SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL


Texto da Lei nº 173 de 10.09.1893




Uma AULA  de Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945)


UNIVERSIDADE das ARTES do  RIO GRANDE do SUL.




UTILIDADE do INUTIL – Nuccio ORDINE



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