quinta-feira, 13 de abril de 2017

200 – ESTUDOS de ARTE


 FERNANDO CORONA
(1895-1979)
QUEM FOI - .

 1.0 - ¿ QUEM FOI FERNANDO CORONA ?.
-1.1 – A origem de Fernando Corona e sua educação na Espanha
1.2 - A corajosa migração de Fernando Corona ao Brasil.
.1.3 -¿ Como Fernando Corona renasceu em outra terra?
1.4 - A sua aprendizagem na cultura brasileira e seus amigos.
1.5 - Como personagem de si mesmo e como brasileiro.
1.6 - Contribuições de Corona para a cultura, a educação institucional e informal do Brasil.
1.7 - A pessoa de Fernando Corona
1.8 - Fernando Corona como cidadão

1.1 – A origem de Fernando Corona e sua educação na Espanha


Fernando Corona (25.11.1895-22.06.1979) teve a sua origem em Santander[1] na Espanha do final do século XIX. A sua educação formal e informal ocorreu nas agitações e nas contradições sintomáticas da entrada da ERA INDUSTRIAL neste país.


Quando ele migrou, sozinho, aos 19 anos ao Brasil encontrou este pais mergulhado e debatendo nas contradições da Velha Republica. Fernando Corona sintonizou-se profundamente com a sua nova pátria,  acompanhou a entrada da ERA INDUSTRIAL no BRASIL.  A sua obra estética, intelectual e educativa expressam e conferem corpo legível e material a este seu novo TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE.  

Nas narrativas a seguir o que se pretende mostrar é a natureza e as competências de um emigrante espanhol de empreender as mudanças exigidas na sua nova pátria. Mudanças necessárias a um imigrante brasileiro e que busca a coerência com este seu  novo TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE. Êxito e fortuna mensuráveis no sucesso, na qualidade da obra e a permanência do seu pensamento.
O leitor que se debruçar, com atenção sobre a obra vida e o pensamento de Fernando CORONA encontrará a sua resposta às circunstâncias que teve de enfrentar e que transformou com sucesso  e de forma positiva e civilizada. Circunstâncias que moldaram o modo de ser deste arquiteto, escultor e educador. Mudanças, rupturas estéticas e tentativas, bem sucedidas e permanecem visíveis, nos seus escritos, na sua escultura e na sua obra arquitetônica desenvolvida no Brasil.
A presente narrativa pretende, de outra parte, dar um passo adiante. Busca-se evidenciar a inteligência, a coragem e os sentimentos necessários na mudança das circunstâncias da ERA INDUSTRIAL para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Necessários a quem está sujeito na sua singularidade individual, como ao seu grupo e categoria tão bem como ao seu pertencimento problemático à uma nação no âmbito do qual constrói e conduz a sua vida, obras e esperanças. Especialmente quando se diluem e atomizam as esperanças nos blocos continentais e nas nações sustentadas nas práticas e suas crenças nos Estado Nacionais.

 FERNANDO CORONA - desenho de João Fahrion -  1947 .Documento do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS  http://www.ufrgs.br/arquivo-artes/icaatom/web/index.php/?sf_culture=pt.
Fig. 01 –  O falante Fernando Corona e em perpétuo movimento inspirou o silencioso e tranquilo João Fahrion a fixar os seus traços fisionômicos.  Na mesma maneira com que o mestre da Modelagem e da Escultura manejava a argila e os metais, o ilustrador deixa visível a dança do seu lápis sobre o papel conferindo movimento e expressão ao retratado..
   A presente narrativa não pretende mitificar Fernando Corona como o “SELF MADE MAN”, fincar um alfinete nas suas costas para o exibir num quadro e muito menos celebrar as suas segundas exéquias. Trata-se de narrativa da memória de um migrante que buscou coerência no seu TEMPO, com a sua TERRA de origem e a adotiva e especialmente da sua SOCIEDADE de origem e escolha pessoal voluntária. A sua ARTE, o seu PENSAMENTO escrito e os seu AGIR prático expressaram, no seu modo de SER concreto e material, o seu ENTE inacessível por outros meios. A OBRA de ARTE contém sempre, no mínimo material, o máximo de sua origem e do seu autor. A presente narrativa possui com objetivo de desvelar uma parcela, a mais significativa possível, da sua origem e do seu autor Fernando Corona.
.A Espanha anterior à Primeira Guerra Mundial estava envolvida nas agitações e nas contradições sintomáticas da entrada da ERA INDUSTRIAL. Neste ambiente  Fernando Corona teve sua origem na e a sua educação formal e informal.
.A tumultuada separação do seu pai deu-se em 1909, no meio da aprendizagem teórica e práticas da construção da catedral da cidade espanhola de Vitoria.

. 1.2 - A corajosa migração de Fernando Corona ao Brasil.
Fernando Corona teve as lições e as práticas de arquitetos e construtores com o seu pai Jesus Maria Alonso Corona (1871-1938) escultor, arquiteto e construtor. Lições cujas raízes se abasteciam em práticas nas obras e nas tradições provenientes de ancestrais guildas remodeladas, nos primórdios da ERA INDUSTRIAL, com novos materiais e técnicas.
.Estas aprendizagens sucessivas exigiram novas mentalidades e práticas diferentes tanto para o pai como para o filho[1]


[1] Fernando registrou no seu Diário os trabalhos e os estudos no período em se viu separado do pai:  o ano de 1911 eu trabalhava e estudava no escritório de advocacia do Procurador dos Tribunais Civis e Eclesiásticos Don Luís Rios Rocañi. A noite frequentava o Instituto Carbajal onde praticava desenho”.
Jesus Maria CORONA Catedral VITÒRIA Espanha  - Capitel Gótico - Foto em 12.07.1967.
.Fig. 02 –  A obra na qual Jesus Maria Alonso CORONA estava trabalhando em Vitória, Espanha, quando foi alvejado, pela polícia, num comício.   Fernando Corona acompanhou obra do seu pai Fernando  teve ocasião, em 12 de julho de 1967, de visitar esta obra emblemática do sua vida junto com o seu irmão Luís,. A foto é desta data a descrição consta no seu diário  [1];


Fernando Corona sempre esteve atento às lições e às práticas herdadas do seu pai, apesar de fazer um caminho próprio. Permanecia o pensamento de pertencimento gremial e de solidariedade daqueles que praticam e se identificavam com estes ofícios. O que une uma categoria é o trabalho em comum.
.A separação, a confluência e nova separação entre pai e filho podem ser vistas na ótica do REFUGIADO cuja figura e sombras anônimas estão se espalhando na cultura ocidental do início de século XXI. Acima estes naturais acidentes de percurso permaneceu a prática do mesmo trabalho unindo mentalidade de pai e filho.

.1.3 - ¿ Como Fernando Corona renasceu em outra terra ?
O reencontro de Fernando Corona com o seu pai deu-se no dia 04 de março do ano 1912, depois de uma corajosa travessia solitária, de um mês, entre Barcelona[2], Buenos Aires e Porto Alegre[3]. Ao lado do pai retomou as lições e as práticas da Escultura. O ponto alto desta aprendizagem deu-se entre os anos de 1917 e 1919. O pai venceu o concurso internacional para a nova catedral de Porto Alegre. Pai e filho unidos passaram os dois anos no detalhamento deste projeto vencedor. Os dois gastaram todo o valor monetário do prêmio nas atividades gráficas dos detalhes, nos cálculos e nos investimentos na sua própria manutenção na pátria da adoção.

[1] Fernando Corona escreveu no seu diário: “Ao lado das folhas, um camponês dirige um arado puxado por parelha de bois. A seguir, um anjo de asas avantajadas, coloca suas mãos protetoras sobre os ombros de duas crianças. Uma é menino rico, bem vestido, que beija o rosto e dá um pão ao outro menino que é pobre e maltrapilho. Outras figuras, de outros escultores,  completam o capitel”.

 Fig. 03 –   Jesus Maria Alonso CORONA (1971-1938) estava trabalhando em Vitória na Espanha quando foi alvejado pela polícia num comício dos construtores e escultores.   O pai de  Fernando Corona era descendente de uma linhagem de mestres arquitetos, construtores e escultores. Nos seus trabalho peregrinou pela Espanha, França,  Argentina e Brasil. Em Porto Alegre trabalhou nas oficinas especializadas em Escultura e Construção e teve a sua própria oficina que repassou ao filho.
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.A lição mais dramática e decisiva veio com a recusa destes trabalhos, escolha de um projeto para a construção efetiva de uma catedral que não entrara no concurso internacional[1]. Com esta dura e concreta aprendizagem os sentimentos, a vontade e a inteligência de Fernando Corona tiveram um doloroso e inesquecível parto na nova terra. O jovem Fernando não silenciou os seus protestos nem na hora e nem como veterano nos seus últimos dias. Buscou, no entanto, a consagração por outros meios e trabalhos. Enfrentou sozinho, sem o conhecimento paterno, as explicações do poderoso arcebispo Dom João Becker que havia feito uma longa, calorosa e documentada defesa[2] do projeto do seu pai e que depois mudou de lado a favor do projeto de Roma[3]. Fernando, ao longo de toda a sua vida e mesmo veterano, não calou o fato em numerosos escritos e crônicas[4] nas quais narrava os detalhes deste revés sofrido na sua adolescência

[1] A catedral construída no lugar do projeto de Jesus Maria Corona Livro  digital A CATEDRAL METOPOLITANA de PORTO ALEGRE

[2] BECKER, D. João. A Cathedral  Metropolitana de Porto Alegre. Sétima Carta Pastoral.   Porto Alegre: Selbach, 1919. 73p.

[3] A CATEDRAL METOPOLITANA de PORTO ALEGRE  https://issuu.com/077906/docs/livro_catedral

[4] CORONA, Fernando (1895-1979). CAMINHADA de FERNANDO CORONA: Tomo I. 01 de janeiro de 1911 até dezembro de 1949 – donde se conta de como saí de casa e aqui  fiquei para sempre: nasci num lugar e renasci em outro onde encontrei amo Tomo I  604 f.
Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm. Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                  
CAMINHADA de FERNANDO CORONA. Tomo II 1945/49-1953. um homem como qualquer: renascer em um lugar e renascer em outro Tomo II  220 f. Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm.Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     
--------«Cem anos de forma plásticas e seus autores» in Enciclopédia Sul-Rio-
        Grandense. Canoas : La Salle.2º vol. Pp.141-161, 1968.
___________. Caminhada nas Artes (1940-1979). Porto Alegre : UFRGS/ IEL/ DAC/ SEC 1977, 241

 Documento do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS  http://www.ufrgs.br/arquivo-artes/icaatom/web/index.php/?sf_culture=pt
Fig. 04 –   O prêmio conferido a Jesus Maria Alonso CORONA pelo 1º lugar no concurso internacional para a Catedral  de Porto Alegre foi inteiramente investido no detalhamento do seu projeto que foi  preterido para um outro que não havia entrado no concurso.   Uma duríssima aprendizagem para o seu filho Fernando Corona que esteve junto ao pai neste minucioso detalhamento. Aprendizagem que não somente técnica. Teve diante de si uma cultura colonial e acostumada coo arbítrio e a onipotência..

1.4 - A sua aprendizagem na cultura brasileira e os seus amigos.
.Mas estas posições combativas o levaram a conhecer as regras não escritas da nova terra. Mais adiante Fernando Corona irá racionalizar com a frase “primeiro vem o trabalho, depois vem o dinheiro”.  Como escultor e modelador trabalhou em empresas alheias, ou naquela criada pelo seu pai e da sua própria.
. Este trabalho e estas obras deram-se no contexto da PRIMEIRA FASE da INDUSTRIALIZAÇÃO e URBANIZAÇÃO de PORTO ALEGRE documentada e descrita, com maestria, por Arnoldo Doberstein[1]. No correr e no contexto destas obras entrou em contato com quem financiava, podia encomendar e mostrar um trabalho de alta qualidade estética e coerente com o TEMPO, LUGARES  civilizados e SOCIEDADE. Sociedade urbana cujo suporte e cujo projeto orbitavam a redor dos interesses da PRIMEIRA ERA INDUSTRIAL. SOCIEDADE PROFUNDAMENTE influenciada pela cultura europeia[2]. Fernando Corona realizou o meio de campo entre Porto Alegre e a Europa. Continuou e estreitou estes vínculos ao longo de toda a sua existência. Vínculos especialmente expressos nos seus contatos com artistas europeus e as suas obras da nova geração e que expressou em  Porto Alegre na sua obra pessoal. Assim realizou uma visita pessoal à Le Corbusier em Paris, acompanhado pelos seus discípulos.
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.1.5 - Como personagem de si mesmo e como brasileiro.
.Conhecendo os dois lados, entre Porto Alegre e a Europa,  Fernando Corona podia sentir, avaliar e caminhar para um caminho próprio. A ocasião para a sua autonomia estética, financeira e social se configurou com o nacionalismo brasileiro que se seguiu à Revolução de 1930. Nesta Revolução Fernando Corona teve requisitado, em Porto Alegre, que o governo federal pagou depois, além de ouvir o seu excelente desempenho rumo a tomada do poder no Rio de Janeiro.
.Evidente que os acontecimentos da década de 1920 - como a Semana de Arte Moderna de São Paulo, a revolta do Forte Copacabana a Coluna Prestes e com a decepção final com a quebra da Bolsa de Nova York em outubro de 1929 - foram outros tantos partos dolorosos no projeto de assumir a sua autonomia no contexto da cultura brasileira
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[1] DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia.Porto Alegre : Secretaria Municipal de Cultura, 1992, 102 p. il.
____________.  Porto Alegre(1898-1920): estatuária fachadista e monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre : PUC-IFCH, 1988, Dissert 208 f..
_____________. Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999, Tese 377 f. 

[2] - Numa espécie de autorretrato da sua evolução intelectual Fernado Corona registrou 1933 que estudava as obras que me eram encomendadas. Cheguei a ser um bom artesão na escultura, isso sim, cheguei a decorar modelos e partes das cinco ordens de arquitetura do Metodo Vignola, sempre querendo mais para saber e pôr em pratica na minha oficina de escultura e decorações em gêsso e cimento. Cheguei a gostar mais da arte grega que da arte romana por parecer-me mais racional e perfeita. Quando estudei o Partenon de Atenas, verifiquei que os artistas gregos chegaram com esse fabuloso templo à perfeição estética conhecedores da lei da relatividade. A cornija do grande frontispicio, a horizontal é levemente curva para que ao longe pareça reta. As colunas externas dos quatro ângulos são levemente reclinadas em diagonal e as demais, reclinadas sôbre o ângulo reto. O grande friso das Palateneias no interior do templo, são ou foram, os mais belos baixo relevos em mármore de todos os tempos. O talento do escultor Fidias está não só nesse grande friso como nas métopas e nos dois frontispicios. Ao estudar ordens de arquitetura, era o estilo grego o que mais me parecia funcional em sua construção, de cujas estruturas a verdade era positiva, à vista, sem postiços nem penduricalhos. Abandonava tôda arte romana e a renascentista para gozar as formas funcionais do estilo gótico, pois muitas me pareciam de pastel. Podia admirar, e porque não, os detalhes da renascença ou do barroco, mas, logo descobria os postiços e caia na realidade. Levei muitos anos a entender a simplicidade
 Imagem do GOOGLE EARTH – Tupanciretã – RS.
Fig. 05 –   Jesus Maria Alonso CORONA o filho Fernando Corona juntos em Tupanciretã. O projeto é do pai e as três esculturas são de filho. O primeiro trabalha solo realizado,  aos 22 anos de idade, entre os dias 20 de março até 02 de julho de 1917. O projeto da matriz de Tupanciretã pode ser visto como um ensaio do projeto da Catedral gótica de Porto Alegre que Jesus Corona estava detalhando enquanto o filho assumi a escultura e modelagem a igreja do interior do Rio Grande do Sul
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.Nas suas anotações Fernando Corona registrou que  a sua definitiva conversão  para a cultura sul-rio grande e brasileira deu-se em Tupanciretã entre os dias 20 de março até 02 de julho de 1917.  O seu pai projetara a matriz da cidade para onde o enviou para moldar e construir duas estátuas e um tímpano na fachada externa da igreja. Hospedou-se na casa de José Andreani, o construtor da igreja Nesta cidade do interior encontrou intelectuais, empresários e fazendeiros que ganhariam projeção nacional. Entre eles encontrou Raul Bopp e residiam parentes de Manoelito de Ornellas. Mais adiante irá encontrar, atrás do balcão da farmácia, o seu amigo Érico Veríssimo a quem convenceu de se mudar para a capital do Rio Grande do Sul. Encontrou, nas horas vagas e nas noites frias da serra,  a literatura universal e nos colóquios com os intelectuais desta cidade as buscas da expressão e da estética local.
.O ponto crítico da autonomia estética, financeira e social de Fernando Corona foi expresso na tomada a dolorosa iniciativa solitária e pessoal de devolver o seu pai ao seio da sua família residente em Santander. Sustentou esta decisão com os seus próprios meios. Na metade do ano de 1922 ele foi à cidade de Pelotas onde encontrou o pai sem trabalho e vivendo de eventuais biscates. O levou ao porto de Rio Grande, onde adquiriu uma passagem para a Europa, o vestiu com roupas e calçados novos, telegrafou ao seu irmão que o recebesse no Rio de Janeiro. Este irmão viajou com o pai até o Porto e de lá até a sua casa em Santander, na Espanha.
.Neste mesmo ano, de 1922, Fernando Corona estava trabalhando no Palácio do Governo. A indicação - para trabalhar na decoração estilo Luiz XVI da ala residencial do Palácio do Governo - lhe viera do seu antigo patrão João Vicente Friederichs e que trouxera de Buenos Aires seu pai para Porto Alegre.
. Corona escreveu, com propriedade e conhecimento da causa, e publicou, em 1973,  um dos melhores textos[1] relativos ao histórico dos Antigos Palácios governamentais do Rio Grande do Sul e com foco no atual Palácio Piratini.
.Porém o mais importante foi a sensação de poder viver, produzir e ser aceito no seu modo de ser. Já seguro de si Fernando Corona havia noivado com Venuta Rossi no dia 19 de junho de 1918. O cientista jesuíta e Padre Roberto Landell de Moura[2] presidiu a cerimônia doméstica do seu casamento no dia 20 de dezembro de 1920.


[1] CORONA, Fernando (1895-1979). Palácios do governo do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: CORAG, 1973, 44 p. il col.

 Documento do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS  http://www.ufrgs.br/arquivo-artes/icaatom/web/index.php/?sf_culture=pt
Fig. 06    Uma pagina e uma foto do um dos seus diversos álbuns mostra o flagrante de uma câmara fotográfica dos seus estudantes que surpreendeu o  mestre Fernando Corona mergulhado , em 1963, no ambiente do seu atelier de Escultura e de Modelagem.  O mestre entregue ao trabalho intelectual que materializa o ideal de um Corbusier, seu contemporâneo  que afirmava “o que permanece é o pensamento”. Ou então aquela frase de Leonardo da Vinci que ensinava  que “uma pintura é uma coisa mental


   1.6 - Contribuições de Corona para a cultura, a educação institucional e informal do Brasil.

.A década de 1930 as experiências práticas de sua obra gráfica, escultórica e arquitetônica se consolidaram e se firmaram ao ponto de se propor a formação  de novos agentes nas especializações nas quais se sentia seguro.
 Acervo de Ruy Miranda Falcão (1922-1978) idealizador e líder da Associação Araújo Poro Alegre aos cuidados de Ana Cecilia Falcão
Fig. 07 –   Nas estradas ao longo das visitas às cidades históricas de Minas Gerais e da Bahia Fernando Corona está sentado em frente a um grupo de estudantes de arte. Viagem de estudos, produção de registros de imagens, textos e amplamente divulgados nos jornais do Rio Grande do Sul Bahia, e Minas Gerais. O grupo legalmente foi constituído na Associação de Arte Araújo Porto-alegre e teve o apoio pessoal dos três governadores dos três estados brasileiros. Esta viagem de estudos permaneceu três meses. Produziu e expos nas três capitais que financiaram esta ação.
No plano nacional uma das primeiras providências dos vitoriosos da Revolução de 1930 foi legislar[1] e implantar um sistema de formação e ensino universitário brasileiro coerente com a ERA INDUSTRIAL. No dia 03 de novembro de 1930 Getúlio Vargas investe-se como ‘Chefe do Governo Provisório’. No dia 14 de novembro de 1930, este governo criou uma Secretaria de Estado, pelo Decreto nº 19.402, com a denominação de Ministério da Educação e Saúde Pública[2]. Num discurso Getúlio Vargas expressou, nesta ocasião, a coerência entre o seu projeto político e a ERA INDUSTRIAL[3].
.Fernando Corona aderiu, no final da década de 1930, a este sistema. Propôs-se o projeto pessoal de “DEIXAR de SER ESCULTOR para FORMAR ESCULTORES”. Esta posição era coerente com a ERA INDUSTRIAL. No entanto, mais do isto, supria com agentes qualificados, a baixa mão de obra local. Mão de obra cuja aprendizagem descia a níveis cada vez mais baixos.  Esta produção intuitiva e tradicional resvalando num artesanato cada vez mais pobre e despido de qualquer criatividade. O desprezo do nativo pelo trabalho com as mãos comprometia este tipo de produção marginal como este produto corrompia o gosto e a estética daqueles que encomendavam.
.Fernando Corona retomava as origens do projeto de Joaquim Lebreton[4] e dos irmãos Humboldt de propiciar a formação nas “ARTES NOBRES”. “ARTES NOBRES” devido ao fato de não serem de aplicação imediata, porém  estabeleciam padrões superiores para as práticas estéticas[5].
. Fernando Corona retomou este paradigma das “ARTES NOBRES” introduzida  no Brasil da Missão Artística Francesa. O novo desafio, que Fernando Corona aceitava, era coerente com o seu papel de vinculo entre culturas consolidadas e uma cultura local, intuitiva, próxima da Natureza entrópica. Cultura intuitiva, próxima da Natureza e distante de paradigmas e de obras de artes locais com o potencial de expressar um pensamento superior e universal. De oura parte o fracasso da formação estética da Missão Artística Francesa no Brasil devia-se à sequência interminável de frágeis instituições afogadas e  esterilizadas pela tradição burocrática, pela mentalidade colonial e o  formalista implacável. Tradição burocrática que entendia, e que continua a entender, qualquer instituição como um cartório oficial de promoção pessoal de quem usa e se apropria para retornar para a cultura intuitiva e comandada pela Natureza bruta.
Outro desafio e Fernando Corona era instaurar a PESQUISA ESTÉTICA local que não se contenta com a eclética e singela apropriação INTELECTUAL de pesquisas estéticas culturas alheias. Culturas alheias que repercutiam em Porto Alegre[6], portadoras de modas passageiras e tangidas para a periferia pelo marketing e propaganda de culturas que se julgam hegemônicas. Culturas alheias que constituem, no máximo, ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA sem filtro e crítica decorrente de uma autêntica e consolidada PESQUISA ESTÉTICA local.
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[1] No dia 11.04.1931  o governo editou três Decretos Federais legislam sobre a Universidade Brasileira: Reforma Francisco Campos:
Decreto nº 19.850: ‘Cria o Conselho Nacional   de Educação ( 8 artigos )
Decreto Nº 19.851: ‘Dispõe que o ensino no Brasil obedecerá de preferência ao sistema universitário’. (XIV títulos 116 artigos).
Decreto Nº 19.852: ‘Dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de Janeiro”  (328 art.s + expos. de motivos)

[2] - Ficaram dependentes do novo ministério, entre outros,: a Escola Nacional de Belas Artes, o Instituto Nacional de Música , a Escola Normal de Arte e Ofícios Wenceslau Braz.  O decreto é assinado por Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha.

[3] BOLETIM Ministério da Educação e Saúde Pública. Rio de Janeiro: MESP ano 1. Nºs  1 e 2 , jan-jun 1931.

[4] O CONDE da BARCA, JOAQUIM LEBRETON e os IRMÃOS von HUMBOLDT.

[5] CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA ou as potenciais relações entre a Indústria e Arte no Brasil em 1816

[6] No meio intelectual de Porto Alegre Fernando Corona colaboroei na revista “Máscara” em convívio com Fábio de Barros, De Souza Junior, João Santana e outros intelectuais do momento como Ernani Fornari, Alhos Damasceno Ferreira, e ainda mais tarde com Paulo de Gouvéia, Augusto Meyer, Theodomiro Tostes, Sotéro Cosme e tantos outros. Ainda me dava tempo para estarna redação ambulante de “O Maneca” de Octavio Teles de Freitas, Floréncio Igartua e o humorista supremo que foi e ainda é Aparício Torelly, o Aporelli, de suas magnifas traquinagens escritas conforme seu Diário relativo ao ano 1919

Sentados [ a esquerda para a direita do observador] João Fahrion, Aldo Locatelli, Fernando Corona, Ângelo Guido, Luís Fernando Corona, Cristina Balbão. De pé Luís Carlos Pinto Maciel [de gravata]..Aldo Malagoli [braços cruzados] e Adolfo Stiffel [no centro ao fundo].
Foto do acervo de Christina Hellfensteler Balbão (1917-2007) fornecido por ela ao autor desta tese.

 Fig, 08 - Fernando Corona no centro de uma reunião de docentes e estudantes de Artes Plásticas confraternizando diante do mural de Aldo Locatelli. O espaço do Instituto de Belas Artes-RS antes ocupado por arquitetos e  urbanistas foi direcionado para o Curso de Artes Plásticas. O fato permitiu um significativo aumento estudantil e equilíbrio numérico com a demanda dos estudantes de Música. No final da década de 1950 o vestibular específico uma vaga oferecida era disputada por 10 candidatos inscritos.


 Nesta fase Fernando Corona escreveu a sua tese de defesa de cátedra, cujo texto foi revisto, gramaticalmente, por Walter Spalding. A partir desta experiência com o mundo conceitual Fernando Corona passou a escrever crônicas, críticas, capítulos de livros e a publicar livros. Este mundo conceitual possui por objeto preferencial as PESQUISAS das Artes Plásticas locais sem deixar de realizar um processo de atualização da INTELIGÊNCIA local e universal. De outra parte este mundo conceitual considera e ressalta as circunstâncias políticas, sociais e econômicos que estas manifestações manifestam e testemunham.
Fig. 09 –  O contexto local. Nacional i internacional no qual Fernando Corona viveu, produziu e legou sua obra. O trabalho consiste em transpor  esta obra, pensamentos e suas circunstâncias para o contexto da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL  Transporte que jamais é completo e definitivo. O fluxo do TEMPO, da TÉCNICA e da VIDA  é continuado. Assim, por mais espetacular - que seja qualquer evento que tenha por objeto a VIDA, a OBRA e TEMPO de Fernando Corona - jamais pode ter a aparência ou ameaça de um segundo e definitivo enterro.
[Clique sobre o gráficos para poder ler]

 Os textos e as narrativas ampliavam o número reduzido dos seus estudantes formais. Consolidava documentos que materializavam, no TEMPO e no ESPAÇO, o seu pensamento e os tornava disponíveis para um número indeterminado de leitores. Porém, o núcleo deste mundo conceitual de Fernando Corona, foi o de FORMAR ESCULTORES de alto nível e competentes para dialogar e interagir, de igual para igual, com as demais profissões superiores e vocações eruditas. ESCULTORES dispostos a produzir, ampliar, consolidar uma autêntica PESQUISA ESTÉTICA local e universal. A ESCULTUA também é uma COISA MENTAL como Leonardo da VINCI queria para PINTURA. Isto significava uma longa, penosa e custosa formação especialmente numa cultura sem esta tradição e carente de qualquer estímulo externo
Aldo LOCATELLI    Mural do ano de 1958 - FERNANDO CORONA  com a obra José di Francesco
Fig. 10 –  Fernando Corona colocado como eixo e central no mural do 8º andar do prédio do Instituto de Artes da UFRGS. Esta centralidade  expressa a figura singular deste catedrático de Escultura, Modelagem e maquetes de Arquitetura.  Mural pintado por Aldo LOCATELLI (1915-1962) para os eventos do Cinquentenário da fundação deste Instituto (1958) é um índice do prestígio, da liderança e da atenção dos seus discípulos que o cercam e seguem na sua “CAMINHADA nas ARTES” 

   1.7 - - A pessoa de Fernando Corona
A obra de criação de Fernando Corona constitui um índice do que ocorria no Rio Grande do Sul no final da República Velha e logo após a Revolução de 1930. Este mestre estava consciente dos valores culturais do período e pode ser considerado como uma metáfora dos demais valores culturais. Estas pesquisas de Corona respondem à verdade formal extremamente pura, como constituem índices do excesso de ofertas e de consumo de uma sociedade periférica confusa e tonta devido aos apelos estéticos de toda ordem e sentidos provenientes de centros que se querem hegemônicos. Sem nunca esquecer que esta mentalidade e obras de Fernando Corona interpretam e respondem ao que era possível fazer em arte numa sociedade periférica no aspecto econômico, técnico e social. É desta competência e destes limites que este pensamento e realizações formais de Corona se alimentam e lhe conferem coerência, buscam e garantem a legitimidade da permanência da sua obra e memória.

Com a missão de buscar o seu pai José Maria Corona veio solitário para Porto Alegre. Seu pai venceu,  com  o 1o lugar, no concurso internacional do projeto da catedral gótica para Porto Alegre. Fernando veio busca-lo  em Porto Alegre em 1912. Mas foi ele quem acabou ficando, engajando-se no meio cultural porto-alegrense. O ajudou a projetar, em 1919, a Catedral Gótica de Porto Alegre. Passou a trabalhar na firma Azevedo Moura & Gertum a partir dos conhecimentos práticos, as tradições e as concepções herdadas do seu pai. Na medida em que ganhava autonomia e segurança em si mesmo começou o seu próprio caminho e tornou-se mestre. Fundou a sua própria oficina-empresa de escultura e modelagem, logo que os meios lhe permitiram. Além disso, trabalhava como desenhista de arquitetura em firmas de construção. Profundamente vinculado à vida cultural emergente na cidade, humanizando os prédios com esculturas e relevos. A imprensa recebeu colaborações dele, nas quais expôs as suas concepções estéticas, convivendo com personagens da Literatura, da Música, do Teatro e Imprensa. Como mestre  exerceu a Escultura, a Arquitetura, o magistério e as letras. Dedicou-se à institucionalização da Escultura no Instituto de Artes da UFRGS entre 1938 até a sua compulsória em 1965. Nesta função tonou-se o 1º catedrático de Escultura no Rio Grande do Sul. Manteve o lema “deixei de ser escultor para formar escultores”. Faleceu em Porto Alegre no dia 22 de junho de 1979.
Foto de Luís Eduardo Vieira da Cunha
Fig. 11 –  A vida intelectual de Fernando CORONA  intensificou-se como memorialista a receber, em 25 de novembro de 1965, a aposentadoria que a Constituição Brasileira impõe ao servidores que atingem os setenta anos de idade.    Vivendo entre obras de arte que recapitulavam as lembranças de amigos, estudantes e colaboradores passou a sistematizar os seus próprios escritos como, também,  registrar a memória de sua “Caminhada na Arte” . No entanto aos 80 anos não deixou de trabalhar em altos andaimes como na Igreja Nossa Senhora do Libano

Visto do lado externo a frase “SEJA VOCÊ MESMO”- pronunciada e repetida por Aldo LOCATELLI (1915-1962) seu amigo e companheiro de Instituto - resume a vida, a obra e memoria de Fernando Corona.
Com esta busca do “SEJA VOCÊ MESMO” nos aproximamos de Heidegger no seu “O ENTE no SER”. Com este projeto vale a pena prosseguir no conhecimento e desvelamento por meio do modo de SER de Fernando Corona expresso nos testemunhos da obra, escritos e dos seus discípulos.

1.8 - Fernando Corona como cidadão

Há necessidade de nos aproximar da pessoa, do cidadão e artista Fernando Corona na medida em que “a Arte está quem produz, e não no que produz” na concepção de Aristóteles,. Esta aproximação é possível pela leitura dos seus numerosos textos, pela contemplação de sua obra e pela circulação nos espaços arquitetônicos concebidos e materializados por ele. Como cidadão ele pesquisou e uniu os extremos da arte indígena, dos alienados mentais, dos presidiários e das crianças[1] com as mais avançadas e elevadas pesquisas formais de sua época.  A memória de quem conviveu com ele e especialmente a carreira e as obras dos seus discípulos, constituem outra fonte perceptível e capaz de ser pesquisada e divulgada.
 Ele jamais negou a sua origem espanhola. Ao percorrer a sua biografia e a suas obras é possível pensar numa síntese entre o inspirado Dom Quixote e o pragmático Sancho Pança. Do lado Sancho firmou  os seus pés no chão de sua pátria de origem e depois a inteira adoção da pátria de sua eleição. Isto não impedia impetuosos e inesperados rasgos do mais puro idealismo de um inspirado Dom Quixote, raramente compreendido e muito menos assimilado, na íntegra, pelos nativos do seu estado de adoção.
 A memória e as obras de Corona mantinham profundos vínculos, lentes e filtros provenientes da cultura espanhola em Porto Alegre[2]. Na sua sala de Escultura exibia um traje completo de toureiro. Inclusive participou como figurante ativo em espetáculos  de touradas que tentaram se instalar em Porto Alegre[3].
Ele registrou um “selfie” ou autorretrato no seu diário no momento de sua despedida de Santander, em 1912, e diante das recomendações que recebia de quem deixava para trás:
“...nada respondi por não saber o que seria nem como seria a minha vida. A não ser o curso primário, um ano e meio de graduação, três anos de desenho, umas aulas particulares incluindo francês e noções de esperanto, e relações humanas no trato com o advogado, nada mais sabia eu aos 16 anos de idade. Meus sonhos eram vagos e não engendravam fantasias. Desde que me conheço por gente sempre fui mui realista. Pouco me interessava o ontem, a não ser como base. Nem o futuro em longo prazo me empolgava. Vivia o momento, via e gozava o agora. Fui e sou repentino, não deixando para amanhã o que pode ser resolvido agora”.
As dúvidas e os reveses da pessoa e do artista elucidam as razões das suas constantes rupturas epistêmicas e estéticas realizadas ao longo de sua Caminhada nas Artes”. Porém o núcleo é o ENTE de Fernando Corona. Este ENTE vai se revelando progressivamente no seu modo de SER. SER expresso nas sequências de dúvidas e reveses materializados nas suas obras de arte. Cabe, para estas obras, o aforismo de Aristóteles[4](1973: 243 114a 10 ) de que toda a arte está no que produz, e não no que é produzido.


[1] Fernando Corona foi um dos estimuladores diretos das Escolinhas de arte, mantinha  atelier para os presidiários do Presídio Central e acompanhava os seus estudantes par o Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre. A artista Regina Silveira foi uma das pessoas que ajudou neste desafio de unir os extremos da arte com o exercício da cidadania.
Ensino informal das artes em Porto Alegre em

[3] Para entende  esta  dicotomia, no contexto do século XX, recomenda-se a leitura d BUSETTO, Cassio Bueno – O teatro e a pessoa de BUERO VALEJO (1906-2.000) Curitiba UFP 2004 97 fl em  http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/3001/cassio.pdf?sequence=1 +
[4]              - ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.

Documento do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS  http://www.ufrgs.br/arquivo-artes/icaatom/web/index.php/?sf_culture=pt
Fig. 12 –  O  discípulo Carlos TÈNIUS se inspirou  no volume tridimensional da cabeça do mestre  Fernando Corona para sintetizar fixar os seus traços fisionômicos.  A solda elétrica e os metais industriais foram a matéria prima  com que o mestre da Modelagem e da Escultura ampliou e consolidou os tradicionais  da argila e  a pedra natural ou reconstituída. Assim como a dança do seu lápis sobre o papel confere movimento e expressão ao retratado, no espaço tridimensional as barras e as placas de ferro - sob o lápis da chama do acetileno e as luminosas descargas  e faíscas da energia elétrica- da forma ao projeto do escultor.  

Estas obras constituem a escada e o portal para compreender e responder a pergunta “QUEM FOI FERNANDO CORONA?”. Porém a melhor resposta - para a pergunta “QUEM FOI FERNANDO CORONA?” - é legível no imenso halo, rede de interações e pessoas que ele representa. Assim cada uma das suas obras representa a sua SOCIEDADE, seu TEMPO e o seu LUGAR. Obras que possuem corpo material legível. Corpo como índice na forma física de um prédio, de uma escultura de um texto ou de uma imagem concebida e que  continua a ganhar o mundo por meio destas formas.
OBRAS IMPRESSAS e PUBLICADAS por FERNANDO CORONA.

CORONA, Fernando (1895-1979). Fídias, Miguel Ângelo e Rodin: tese de concurso  para   professor catedrático de escultura e modelagem do Instituto de Belas Arts da Universidade de Porto Alegre. Porto Alegre: Imprensa oficial, 1938, 83 p il.

-----------------Ismos: arte contemporânea (aula inaugural do IBA-RS em 03.03.1947 – Anexa Carta de Atenas). Porto Alegre: Instituto de Belas Artes, 1947, 29 p

------------------«50 anos de formas plásticas e seus autores». in Enciclopédia Rio-Grandense. Canoas : Regional, 1956,  v. 3,  pp 217-70

------------------A escultura do século XX. Porto Alegre: Faculdade de Arquitetura da URGS. Palestra dia 19.09.1958, 27 f (mimeo)

----------------«Cem anos de formas plásticas e os seus autores» in Enciclopédia Rio-grandense: o Rio Grande Antigo. Porto Alegre: Sulina. 1968,  v. 2,  pp. 143-164.

----------------Amêndoas e mel: Crônicas de Espanha. Porto Alegre: Sulina, 1969  139 p.1973       - -     


---------------- Caminhada nas artes (1940-1976) resenha das crônicas e Arte publicadas por Fernando Corona no jornal Correio do Povo. Porto Alegre:  UFRGS- /IEL/DAC/SEC  1977.  241p

CONFERÊNCIAS PÚBLICAS

1940        - Casas da Cidade Anais do III Congresso Sul-rio-grandense  de História e Geografia publicado no livro Porto Alegre: biografia de uma cidade
1942            - Formas de Arquitetura do  Rio Grande do Sul no livro Rio Grande do Sul: imagens da terra gaúcha
1943.07.01 - “Discurso em nome dos professores do IBA-RS” na inauguração do prédio do Instituto de Artes do Rio Grande do Sul.
1947          - Ismos – Aula inaugural dos Cursos do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul.
1954         - “Características da Arquitetura Brasileira”. Anais do VI Congresso Brasileiro de Arquitetos em São Paulo.
1956        - “Viagem aos INCAS” Aula inaugural dos Cursos do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul.
1957.08       - “Desenho e Pintura para Crianças”. Palestra para as professoras Orientadoras do Ensino d Artes da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul
1957.09.06    - “A casa do Gaúcho”. Palestra ilustrada no Centro de Estudos Antropológicos e Históricos da Faculdade de Filosofia da Universidade  do Rio Grande do Sul.
1957.10.05  - “De Goya a Picasso”. Conferência no Instituto de Cultura Hispânica da Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
1958.03         - “O Ensino das Artes”. Aula inaugural do Instituto de Artes do Rio Grande do Sul.
1958           - “O Ensino das Artes”. Aula inaugural da Escola de Artes de Novo Hamburgo - Rio Grande do Sul
1958.09.10   - “Escultura do Século XIX na Europa”. Palestra no Curso de Extensão da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Rio Grande do Sul.
1958.09.14   - “Arte Contemporânea”.  Conferência em Santo Ângelo Rio Grande do Sul.
1958.10.14   - “As Missões e São Miguel”. Conferência no Instituto Cultural Brasil Estados Unidos.
1958.09.09  - “Escultura Brasileira do Século XIX”. Conferência no Curso de Extensão da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Rio Grande do Sul.
1959.11.06  - “Impressões da Vª Bienal se Arte de São Paulo”. Conferência no Instituto de Belas Ates do Rio Grande do Sul.
1960.03.  - “Problemas da Arte Contemporênea”. Aula inaugural do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul.
1960.05.06  -“Arte Moderna  na Arquitetura  e no Mobiliário”. Conferência no 1º Festival de Arte de Santa Maria  do Rio Grande do Sul.
1960.05.07  -“Escultura Brasleira do Século XIX”. Conferência no 1º Festival de Arte de Santa Maria  do Rio Grande do Sul.
1961.12      -“Humanidade e Arte”. Fala de Paraninfo dos Formando do Instituto de Belas Ates  do Rio Grande do Sul. Publicado no Correio do Povo.
1962.10.16  -“A Escultura de Alonso Berruguette”. Conferência com projeções para o Consulado Espanhol do Rio Grande do Sul e IBA-RS.
1962.11.29  -“Arte no Rio Grande do Sul”. Conferência na Escola Normal dom Diogo de Souza.

1972.09.17 -Escolinhas de Arte: Sonho, Esperança, Amor” - Porto Alegre: Correio do Povo, 17.12.1972.


5.5 - FONTES BIBLIOGRÁFICAS RELATIVAS à PRESENTE NARRATIVA.
ALVES de Almeida, José Francisco (1964).  A Escultura pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto Alegre : Artfólio, 2004  246 p.

ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition de l’homme moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983. 369 p.    https://fr.wikipedia.org/wiki/Condition_de_l%27homme_moderne

BECKER, D. João. A Cathedral  Metropolitana de Porto Alegre. Sétima Carta Pastoral.   Porto Alegre : Selbach, 1919. 73p

BELLOMO, Harry Rodrigues (Org). «A produção da estatuária funerária em Porto Alegre» in Rio Grande do Sul: aspectos da cultura. Porto Alegre:  Martins Livreiro, 1994.  pp. 63/91.

BITTENCOURT, Gean Maria. A Missão Artística Francesa de 1816. (2a ed) Petrópolis:          Museu da Armas Ferreira da Cunha, 1967, 147p.

CANEZ, Anna Paula. Fernando Corona e os caminhos da arquitetura moderna  de Porto Alegre. Porto Alegre : Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis, 1998 209 p. ilust.

CORONA, Eduardo e LEMOS Carlos Dicionário da Arquitetura Brasileira _ São Paulo: ADART 1972, 472 p

DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre (1898-1920): estatuária fachadista  e monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre: PUC-IFCH, 1988, 208 f. Dissert.
____. Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Cultura, 1992. 102p.
____. Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre: PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999. 377f.

FRANCESCO, José de. Reminiscências de um artista. Porto Alegre; s/editora. 1961.

GODOY WEISZ, Suely de , «Rodolfo Bernardelli: um perfil do homem e do artista         segundo a visão de seus contemporâneos» in 180 anos de Escola de  Belas Artes. Anais do Seminário EBA 180.  Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. pp. 233/258.

MARANGONI, Matteo Aprenda a ver: como se contempla uma obra de arte, São Paulo: instituto Progresso Editorial, 1949,  231 p. (Coleção Minerva)

MONNIER, Gérard. L’art et ses institutions en France: de la Révolution à nos jours.   Paris: Gallimard-Folio-histoire,  1995.  462p.

MONTEIRO, Charles.  Porto Alegre: urbanização e modernidade: a construção social do  espaço urbano. Porto Alegre : EDIPUCRS, 1995.  153 p.

MONTEIRO, Maria Isabel Oswald. Carlos Oswald (1882-1971): pintor da luz e dos           Reflexos. Rio de Janeiro: Casa Jorge, 2000. 229 p.

PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid :  Cátedra. 1982. 252p. – (edição brasileira - Academias de Arte: passado e presente. São Paulo, Companhia das Letras, 2005). 

SEELINGER, Helios (1878-1965) “Um Centro de Arte- O Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul”. Rio de Janeiro: Boletim de Belas Artes ENBA, nº17, 05.1946, p.157

SIMON, Círio. Conceito pedagógicos de Fernando Corona (1895-1979) in Artes plásticas no Rio Grande do Sul: pesquisas recentes – Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1995, pp.63-83

TAYLOR , Frederick Winslow (1856-1915).  Princípios de administração científica. 7a . ed.  São Paulo : Atlas, 1980, 134 p.

VACCANNI, Celita. Escultura contemporânea norte-americana: pesquisa didática sobre métodos de ensino. Rio de Janeiro: ENBA, 1955, 151 p.

WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo: Cortez, 1989.  152 p.

5.6 - FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS RELATIVAS à PRESENTE NARRATIVA

Fernando Corona

Fernando Corona e os espanhóis no Sul do Brasil em





MARGS – Núcleo Documental e Bibliografico http://www.margs.rs.gov.br/nucleo-de-documentacao-e-pesquisa/

Obras do espanhol FERNANDO CORONA como agente ativo e identificado positivamente com a cultura do Rio Grande do Sul.

Continuação e complemento de Artes Visuais sul-rio-grandenses
FERNANDO CORONA - CAMINHADA NAS ARTES –
 
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2 -  INSTITUTO de EDUCAÇÃO FLORES da CUNHA - PORTO ALEGRE -RS

3 - ¿ QUEM FOI FERNANDO CORONA (1895-1979)  ?. http://profciriosimon.blogspot.com.br/2017/04/200-estudos-de-arte.html

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8 - FERNANDO CORONA - SUMÁRIO das POSTAGENS do BLOG

 
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