domingo, 2 de novembro de 2014

097-ISTO é ARTE.

A EDIÇÃO da VERDADE, do BEM e da BELEZA. 

É tal a força da solidariedade das épocas que os laços da inteligibilidade entre elas se tecem verdadeiramente nos dois sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por compreender o passado se nada sabemos do presente .
                                                                                                                                          Marc Bloch 1976, p.42.[1].


[1]              BLOCH, Marc (1886-1944)  . Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América  1976  179 p.

Foto de Emanuele MINETTI em 12.08.2014 
Fig. 01 - A História não é o passado, nem o presente nem o futuro. È a temporalidade que tudo abraça, interliga e divide em infinitas partes. Este TEMPO não é cíclico, mas é contínuo. Mesmo um segundo como um “contínuo pode ser dividido em infinitas partes” como percebeu e escreveu Leonardo da Vinci.

A propaganda, o marketing e o comércio editam a VERDADE, do BEM e da BELEZA corrompendo-os como OBJETOS seus. A era PÓS-INDUSTRIAL enfatiza, reedita e usa o processo da propaganda usado largamente no MANEIRISMO. Este MANEIRISMO fez circular e reproduzir a VERDADE, do BEM e da BELEZA como objetos de propaganda, de marketing e de comércio físico e simbólico, especialmente na PROPAGANDA da FÉ.  Por sua vez a era PÓS-INDUSTRIAL e o MANEIRISMO possuem estreitos laços com o  processo do HELENISMO de se apropriar da VERDADE, do BEM e da BELEZA e transforma-los em mitos na concepção de May (1992).  
Giuseppe ARCIMBOLDO - 1527-1593
Fig. 02 - As mais estranhas superposições como meio de uma metáfora para construir narrativas visuais, escritas e simbólicas. Tanto p Helenismo, como o Maneirismo abriram espaço paara  o inconsciente. A obras de Arcimboldo sonda e constrói esta possibilidade amplamente presente na arte PÓS-INDUSTRIAL.

A passagem do Renascimento Italiano para o Barroco da Contra Reforma foi um período de grandes dúvidas, mudanças e rupturas de paradigmas. Rupturas, mudanças e dúvidas em relação à paradigmas anteriores. Era o instável e o imponderável MANEIRISMO. Era um tempo de grandes conquistas, aberturas de caminhos e interpenetração de etnias, culturas e modos de pensar, ver e sentir a vida e as suas circunstâncias.
Para fazer frente as estas incertezas e dúvidas o MANEIRISMO alterou profundamente as “MANEIRAS” de SENTIR, de AGIR e  PENSAR.  Como preço desta mudança  teve de deixar, no passado, outras TANTAS “MANEIRAS” incompatíveis com os novos TEMPOS para s quais trouxe MUDANÇAS radicais. Interessam as “MANEIRAS” que alteraram de forma  permaneceram o PENSAMENTO, a AÇÂO e os SENTIMENTOS. Alteração sustentada pela entrada da RAZÂO das lentes da ótica e da descoberta das luas em torno de outros planetas.  Alteração irreversível, do mundo empírico, provocada e sustentada pelo agir das VIAGENS planetárias dos europeus. Alteração do mundo empírico e dos sentimentos de a criatura humana perder a centralidade e a razão de existir do Universo nas concepções estudadas por Hauser (1993). 
BATALHA de ISSUS em 333 a.C.-mosaico.a jpg
Fig. 03 - A versão visual da Batalha de Issus, travada por Alexandre Magno contra os exércitos persas, segue as narrativas escritas do período helenístico. Helenismo no qual a cultura de Atenas e demais cidades gregas dobrou-se as investidas dos pragmáticos macedônios seguidos pelos romanos.

MUDANÇAS e alterações de SENTIR, de AGIR e  PENSAR semelhantes já acontecidos no mundo Mediterrâneo com a entrada da RAZÂO militar romana em confrontou com o mundo intelectual refinado grego.  Os pragmáticos negociantes provocaram, direcionaram e comandaram mudanças intelectuais, do agir e dos sentimentos multisseculares cultivados diante e dentro dos misteriosos templos dos deuses imemoriais. O acumulo, a ostentação e o LUXO expulsando a regrada e austera vida doméstica. Conhecido como HELENISMO. Esta acúmulo, ostentação e luxo impressionaram Winckelmann que produziu, no século XVIII,  uma extensa obra (1955) s sem ter muito claros ainda as origens, as competência
iógenes e Alexandre Magno
Fig. 04 – Não me tires o que não me podes dar” diz Diógenes ao poderoso Alexandre Magno que tirava o banho de Sol que o filósofo estava tomando. Como metáfora a  luz e o calor do Sol era a  Liberdade que o macedônio esta tirando dos gregos cuja sabedoria este conquistador tinha absorvido e estava transformando em propaganda e marketing das suas conquistas pessoais.

Evidente que a HISTÓRIA NÃO se REPETE e NEM PODE se ESPELHAR em OUTRO TEMPO. De outra parte estes acontecimentos de transição, rupturas e novas maneiras de SENTIR, de AGIR e de PENSAR atingem e abalaram  culturas, classes sociais e etnias muito restritas enquanto outra continuam sincronicamente  culturas multisseculares.
Gestavam, desenvolviam e reproduziam outras competências e outros limites explanados na “AUTO-POESIS”  de Matura (1996)
O que torna exemplar uma ruptura intelectual, do agir tradicional e do sentir é quando esta pioneira torna-se matriz de mudanças para aquelas que parecem infensas às mudanças
MABUSE Jean Gosset 1478-1536 Netuno e Amphitrite 1516 pintura 188 x 123 cm
Fig. 05 – As certezas ainsa cultivadas  no Renascimento italiano entraram em crise após a morte de Rafael e de Leonardo da Vinci, com a emergência da Reforma Luterana e os resultados das descobertas das navegações dos europeus.  As narrativas impressas, a construção das imagens mais voltadas para a descrição visual e a ciência duvidando dos mitos geraram uma nova sensibilidade, vontade e conhecimento que recebeu o nome genérico de MANEIRISMO.

Do caldo e do húmus provocado pelo colapso do HELENISMO pode brotar, séculos depois, o CRISTIANISMO. O CRISTIANISMO  era algo completamente distinto do HELENISMO.  O CRISTIANISMO criou outras formas de pensar, agir e sentir o mundo. As formas do  CRISTIANISMO medieval entraram em crise com Renascimento. Contudo o projeto e a essência do cristianismo continuam vivos e se reproduzem na sua forma ampla até o presente.
Fig. 06 - A era pós-industrial cria eventos efêmeros comandados pelo marketing e pela propaganda. Propaganda que retoma e condicionam os CINCO SENTIDOS HUMANOS em espetáculos nos quais o publico é mero expectador ou no máximo participantes e sem direito a assumir o poder, deliberar e decidir. Asiim a pós-modernidade retoma o ideário da Propaganda da Fé da Contra- Reforma e do Maneirismo estético.

Do caldo e do húmus provocado pelo colapso do MANEIRISMO brotou a ERA INDUSTRIAL na forma da LÓGICA CARTESIANA e amplamente estudada nos seus produtos por Benjamin (2012) e Adorno (2008). A ERA INDUSTRIAL racionalizou, planejou e criou uma sensibilidade subsumida pela PÓS-MODERNIDADE e era PÓS-INDUSTRIAL.
Fig. 07 – A precariedade, a improvisação e a obsolescência escancarada não deixam mais do que uma imagem das obras da era PÓS-INDUSTRIAL e PÒS MODERNA História não é o passado, nem o presente nem o futuro. um “contínuo pode ser dividido em infinitas partes” como percebeu e escreveu Leonardo da Vinci

Na encruzilhada de um novo tempo da PÓS-MODERNIDADE  e era PÓS-INDUSTRIAL  é difícil calcular quem será o herdeiro do caldo e do húmus provocado pelo seu colapso. Pelos exemplos dos períodos de passagem o que parece certo que não é possível apostar em qualquer um dos seus elementos constituintes. Há necessidade aguardar o seu colapso e sua depuração para surgir uma nova matriz significativa e fecunda de mudanças das “MANEIRAS” de SENTIR, de AGIR e  de PENSAR.
VALE dos CAÌDOS ´Espanha - detalhe de figura da cruz
Fig. 08 – As culturas totalitárias e personalistas da primeira metade do século XX foram sustentadas por intensa e massiva propaganda e  marketing dos estados nacionais. As monstruosas figuras do Vale dos Caídos do Escorial são índices das “MANEIRAS” deste personalismo totalitário para impor,  entre 1936 até 1975,  a  História da Espanha a sua própria VERDADE, BEM e BELEZA.

Nestas mudanças das “MANEIRAS” de SENTIR, de AGIR e  de PENSAR algo está errado quando é necessário procurar nas entrelinhas a BELEZA, a VERDADE e o BEM. Apesar de a BELEZA, a VERDADE e o BEM não se misturarem com a realidade e natureza elas constituem como astros distantes inatingíveis. Os atravessadores, os mediadores e os marqueteiros ostentam o BEM, a VERDADE e a BELEZA e editam as luzes lhes interessam.  O BEM, a VERDADE e a BELEZA manipulados e habilmente ocultados ficam num plano secundário e são usados apenas para os seus fins particulares e seus objetivos corrompidos. O BOM ou o RUIM – o BELO ou o FEIO – a VERDADE ou a MENTIRA são relativizados, naturalizados ou mitificados diante destes objetivos e fins particulares.
Batalhas navais no Coliseu Romano
Fig. 09 – A reprodução de batalhas náuticas no Coliseu Romano pode ter sido um feito hidráulico e técnico sem precedentes na  História. Contudo moralmente este espetáculo era uma improvisação cruel e desumana para ocultar o  poder implacável e indiscutível que o PODER ROMANA vinha escamoteando desde os tempos de Alexandre Magno e do HELENISMO no projeto  político do  “PÂO e CIRCO”

        O BEM, a VERDADE e a BELEZA foram mitificados pelo MANEIRISMO como metáforas filosóficas jogadas por cima e por fora das suas vitimas. Nesta estratégia o MANEIRISMO alterou as “MANEIRAS” de SENTIR, de AGIR e  PENSAR. A PÓS-MODERNIDADE, na saga do MANEIRISMO e do HELENISMO repetiu a estratégia dos dois polos opostos.  A PÓS-MODERNIDADE, como o MANEIRISMO e o HELENISMO encurralam as suas vítimas, de um lado, num maniqueísmo dos 8 aos 80. Em outras ocasiões lhes interessa a naturalização como algo que sempre existiu ou existirá perpetuamente. Ou então chafurdar-se num ecletismo onde tudo é relativizado e desaparece qualquer fronteira e nada mais interessa
Laocoonte filhos e serpente
Fig. 10 - A oposição  e a denúncia da fraude e da corrupção da VERDADE, do BEM e da BELEZA - promovida pelo sacerdote troiano Lacoonte  - foram cruelmente esmagadas e caladas pelas serpentes a serviço dos invasores e infiltrados no espetáculo do CAVALO de TRÓIA.  O escultor traduziu esta narrativa para seu próprio tempo e nas formas plásticas do HELENISMO que ignorava qualquer contrato com a VERDADE, do BEM e da BELEZA de seu próprio tempo e lugar .

A PÓS-MODERNIDADE, como o MANEIRISMO e o HELENISMO corrompem a confiança e as possibilidades de um contrato sério, consequente e coerente. Confiança, equilíbrio e proporção  são minadas pela base e um pacto torna-se uma quimera social, econômico e cultural. 
BATALHA de ISSUS em 333 a.C.-mosaico.detalhe
Fig. 11 - A projeção num único individuo - de todos os ideais, esperanças e economias de uma nação - abre os portais do HELENISMO, do MANEIRISMO e era PÒS-INDUSTRIAL. Porém  no desenrolar a materialização desta esperança, destes ideais e no gasto do acumulo de economias este indivídua singular revela-se uma evidente falácia. Fraude que demonstra que estas economias, esperanças e ideias são contínuos que podem ser divididos em infinitas partes” como percebeu e escreveu Leonardo da Vinci. Um único indivíduo - por mais talentoso, perspicaz e forte que seja -  ele constitui  apenas a ínfima parte do contínuo dos ideais, das esperanças e das economias desta nação.

O FUTURO só pertence a alguém que se arroga ao duvidoso ofício de CARTOMANTE.  A CERTEZA ABSOLUTA do CARTOMANTE não deixa lugar para nenhuma contradição. Qualquer ruptura epistêmica desqualifica, arruína e desestrutura o EU onisciente, onipotente, eterno e onipresente de CARTOMANTE. A CERTEZA ABSOLUTA centra todo o SER no seu EU. Este se basta a si mesma. Este EU  possui como prêmio e castigo esta CERTEZA ABSOLUTA.
ROMA sala dos mistérios
Fig. 12 - A ocultação, o mistério e os mitos encobrem o PODER REAL tanto na PÓS-MODERNIDADE, como foram no MANEIRISMO ou no HELENISMO. No centro dos mistérios romanos está a seleção, a transmissão e a legitimação para o EXERCÌCIO EFETIVO do PODER público. Deste processo estava excluído o escravo, o estrangeiro e de todo aquele considerado incapaz deste exercício. Evidente que ISTO NÂO PODIA SER DITO ou DIVULGADO, sob pena de uma revolta e de perturbação política, social e econômica. O escolhido tenha direito de gerar outros cidadãos reconhecidos como tais por ROMA

A busca da VERDADE, do BEM e do BELO - reduzida ao antropomorfismo do  “C O G I T O,   E R G O   S U M” cartesiano – foi centralizada, usada e reproduzida como norma em todas as esferas da VIDA CONTEMPORÂNEA. A VERDADE, o BEM e o BELO estão a mercê dos juízos absolutos de EU. Este EU ‘JUIZ ABSOLUTO’ é a sofisticação do “HOMEM COMO MEDIDA de TODAS as COISAS do RENASCIMENTO” e a instalação do LIVRE ARBÍTRIO soberano em todas as circunstâncias da VIDA e inapelável para instâncias diferentes do EU JUIZ ABSOLUTO’ .
ARCIMBOLDO- - Giuseppe 1527-1593 - Retrato  do Imperador Rodolpho II 1590
Fig. 13 - A ocultação da efígie do Imperador Rodolfo sob a máscara de legumes  oculta também o seu PODER REAL. Esta obra do MANEIRISMO prepara o tempo em que um rei da França irá escancarara o seu PODER REAL ao declarar o “ESTADO: SOU EU”

A humanidade andou sobre o seu planeta na convicção que ele era um grande prato. Esta humanidade especulou e tinha CERTEZA que os astros se moviam ao redor da SUA TERRA. Portanto a SUA VERDADE, sua VONTADE e seus SENTIMENTOS eram a origem, medida e o instrumentos deste SEU mundo.
René Descartes sofisticou esta certeza. Porém seria falta de inteligência confundir o “mundo Cartesiano” com  o TEMPO e o mundo como o percebemos, expressamos e trabalhamos hoje .  A frase C O G I T O,   E R G O   S U M” necessita ser contextualizada e separada de quem levou a “CULPA de TUDO”. A fortuna da frase deve-se mais ao mundo posterior a  René Descartes do que a “uma profecia que se realizou”. Se não fosse esta frase certamente outro iria formular e escrever e sintetizar algo com o mesmo efeito  e com fortuna semelhante.
PARIS - PALÁCIO de TOQUIO - Museu de Arte Contemporãnea - Le Monde 13.04.2012
Fig. 14 - A dança dos esqueletos e troca de flores num happening PÒS-MODERNO  evidencia a continuidade do SER eo TEMPO que lhe é concedido gratuita e indistintamente. TEMPO que constitui um “contínuo possível dividir em infinitas partes”  e no qual o SER HUMANO ocupa uma fração mínima, como percebeu e escreveu Leonardo da Vinci

Em contrapartida nada impede o exame e o retorno para a Criatura Humana. A  corrupção de uma obra de arte, produzida pela Criatura Humana,  inicia com a sua separação  de quem a produziu. Esta corrupção se consuma e eterniza pela sua transformação de um fetiche posto no altar de outra coisa.  A fama é esta outra coisa. A fama deforma e transtorna, não só a vida  de um artista,  como mitifica, corrompe e se apropria da memória dele após o  seu desaparecimento.  Os instrumentos da propaganda e do marketing editam, desvinculam e reproduzem a VERDADE, do BEM e da BELEZA de quem se apropria e os separa de quem os produziu.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, Theodor Wiessengrund (1903-1969) Teoria estética. Lisboa. Edições 70 ,  2008,  555p

BENJAMIN, Walter 1882-1840 A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: Zouk,  2012 127 p. il

HAUSER Arnold (1892-1988) Maneirismo: a crise da renascença e surgimento da arte moderna (2ªed) São Paulo:  Perspectiva,  1993 463 p

MATURANA R., Humberto (1928-)e VARELA. Francisco(1946-).El árbol del          conocimiento: las bases biológicas del conocimiento humano. Madrid: Unigraf. 1996, 219p.

 ____.La realidad: ¿objetiva o construida?. Barcelona: Antropos, 1996. 159 p.

MAY, Rollo.  La necesidad del mito: la influencia de los modelos culturales en el mundo  contemporáneo. Barcelona: Paidos Contextos, 1992. 297p.

WINCKELMANN, Johannes Joachim (1717-1768).  Historia del Arte en la antigüedad.         Con un estudio  crítico por J.W.Goethe. Introducción y traducción del alemán por Manuel Tamayo Benito. Madrid : Aguilar, 1955.  1285p.

FONTES NUMÈRICA DIGITAIS
A fama asfixia o gênio

BURNING MAN 2014  燃燒的男人

E R G O  &  E G O.

MINETTI    Emanuele Branca de Neve  em 12.08.2014


PAPA FRANCISCO e EVOLUCIONISMO

OBRA de ARTE na ÉPOCA de SUA REPRODUBILIFADE TÉCNICA

O BEM, a VERDADE e o BELO..... nas ENTRELINHAS.

O MAIOR ERRO é a CERTEZA ABSOLUTA.

René Descartes

Sócrates só sei que nada sei
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Círio SIMON








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