sábado, 19 de dezembro de 2009

“A Natureza não tem dentro”


Arbusto da família das euforbiáceas (Phyllantus Sellowianus),



A irradiação das cores, das formas, dos aromas, dos sabores variados e sons da natureza seduziram sempre a criatura humana. Esta criatura rendeu-se a esta magia e colocou a Natureza como valor máximo ou uma conexão com a divindade criadora.


A ciência conduzida por uma Razão infantil ou adolescente, entre seus cochilos e seus sonos intermitentes, alimentou a afoita tecnologia a buscar as forças mais íntimas desta Natureza. A Razão buscava a afirmação do poder de quem manejava esta tecnologia, muitas vezes, envolta em interesses contrários. O resultado é um planeta cada vez mais inóspito e imprevisível, tanto para quem quer dominá-lo como para aquele que simplesmente quer viver nele como um lar.


A distância em que o ser humano colocou-se, em relação à Natureza, vivendo separada dela pelo universo da Razão, ciência e tecnologia, deveriam fornecer-lhe, no mínimo, a medida e a sabedoria para avaliar este abismo. Contudo percebe-se isolamento intransponível. Isolamento levados as raias do solipsismo por Thomas Bernhard (1931-1989) ao escrever em ‘O Sobrinho de Wittgenstein’[1].que “na verdade, amo todo menos a natureza”. Ou do poeta português Fernando Pessoa (1888-1936),a afirma que “a Natureza não tem dentro” que necessita ser lido e entendido no mundo da ecologia.


Esta tomada de posição implica numa evidente responsabilidade moral. Em especial quando a criatura humana chega ao impasse e sente-se responsável e culpado pelas questões da Natureza. Culpa nascida da tentativa humana de separa-se dela ao impor-lhe a sua mentalidade alegando que ela “não tem dentro”.


Responsabilidade moral visível nos índices com quais a criatura humana trata a morte. Este evento fundamental e inerente a toda Natureza. Responsabilidade moral visível nos vastos extermínios da espécie humana em programas como aqueles dos campos de concentração nazista. No outro extremo individual encontra-se a cremação individual erguido a totem. Cremação que corresponde à tecla ‘delete’ dos programas numérico digitais.


Os dinossauros não destruíram o planeta nem colaboraram com as causas que levaram à sua morte massiva. Mesmo assim viveram e acabaram mortos em massa e extintos radicalmente entre os seres vivos de sua época.


A criatura humana pode fazer a diferença, pois ela torna-se histórica na medida em que a sua Razão é capaz de projetar as condições nas quais quer viver. Contanto que afaste seus cochilos e seus sonos intermitentes.


O que não se deve discutir é que está acontecendo aquecimento ou esfriamento. Mas obter dados seguros sobre quando de oxigênio e outros componentes atmosféricos este planeta consegue produzir para repor o que desperdiça na sua passagem e na sua órbita. A partir destas condições gerais tomar as deliberações e decisões providências, tanto em relação ao aquecimento como do esfriamento. Conhecendo a origem e as armadilhas das causas destas destruições massivas das espécies vivas, prever quais o planeta Terra é capaz de suportar.


Destas deliberações e decisões é impossível afastar o PODER ORIGINÁRIO dos estados, nações e qualquer outra organização na qual esteja em jogo ou fluindo o poder. Caso contrário irá formar-se novamente uma casta dos iniciados nestes mistérios e a imensa população ignorante e incapaz de agir no momento e na forma adequada no salvamento da espécie humana.


Como a criatura humana foi capaz de sair dos abrigos naturais das cavernas, assim a Economia e a Ecologia somadas podem reconstruir o ‘oikos[2] ou lar.









[1] http://escrito-a-lapis.blogspot.com/2007/11/thomas-bernhard-um-realismo-agnico-como.html


BERNHARD Thomas – O Sobrinho de Wittgenstein – uma amizade .Lisboa : Assírio& Alvim 2000, 142 p




[2] Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei)ou também gerir, administrar: daí "regras da casa" (lar) e "administraçao da casa"."[ A palavra ECOLOGIA Usada, em 1866, pelo biólogo alemão HAECKEL na obra "Generelle oikos = significa casa.


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